Sementeira vocacional nos Açores

Os dias, as semanas e as quinzenas vocacionais “são uma sementeira” por isso “resultados imediatos não podemos dizer que os temos” – disse à Agência ECCLESIA D. António Sousa Braga, bispo de Angra, em relação à quinzena vocacional vivida naquele arquipélago de 30 de Abril a 15 de Maio. Com esta iniciativa “pretendemos alertar as comunidades para rezarem pelas vocações” – disse. Ao olhar para o panorama vocacional daquele arquipélago, D. António Sousa Braga realça que “honestamente não posso afirmar que haja falta de vocações” embora estas sejam sempre necessárias porque os padres “nunca chegam para aquilo que nós queremos”. Comparativamente a outras dioceses portuguesas e estrangeiras, a diocese de Angra tem – proporcionalmente à população – “padres suficientes”. A comemorar dez anos como bispo daquelas nove ilhas, o prelado esclarece que ordenou “trinta e tal padres”. E acrescenta: “a diocese foi refrescada com o serviço de vários padres novos”. Como é um território descontinuado, o bispo dos Açores reconhece que para uma população de cinco/seis mil habitantes “eu tenho de ter três padres”. Esta é a população de algumas ilhas do arquipélago. Na caminhada da vivência da renovação conciliar, os leigos, “cada vez mais se empenham e envolvem nas comunidades”. Portanto, muitos serviços que eram realizados por padres, agora “são assumidos pelos leigos”. Estão no meio do Atlântico mas “não somos um oásis e uma reserva de catolicismo, a globalização já chegou a estas paragens”. Os jovens estão inseridos numa sociedade “tradicionalmente cristã” mas sofrem também “os impactos da secularização”. A juventude acolhe de bom grado as actividades mas falta-lhe “motivação suficiente para um compromisso na Igreja”. A falta deste passo reflecte a “deficiência da catequese que nós temos”. Apesar de estar programada para dez anos, esta “não consegue – passe a expressão – fazer cristãos”. Um desafio “enorme” à catequese que “teria de ser mais uma iniciação de vida cristã do que uma comunicação de doutrina” – finaliza o bispo de Angra.

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