Igreja atenta aos problemas da Família em Portugal

A Família foi este fim de semana lembrada em algumas dioceses do país, em diversas iniciativas que coincidiram com o encerramento da Semana da Vida, promovida pela Comissão Episcopal do Laicado e Família, para suscitar o debate e a reflexão sobre os problemas que afectam actualmente a célula familiar. Em Montemor-o-Velho, a XII Festa das Famílias da Diocese de Coimbra, subordinada ao tema «Família – amor e vida», juntou, este Domingo, algumas centenas de famílias de toda a diocese. Na Eucaristia presidida por D. Albino Cleto, o Bispo de Coimbra centrou-se em duas palavras: amor e vida. Para o prelado, “são palavras muito usadas, mil vezes repetidas em canções da rádio e da televisão, que até os anúncios comerciais gostam de utilizar”… “Mas elas são, antes de tudo, palavras sagradas”, disse. Para o Pastor daquela diocese “dar vida nascida gratuitamente do amor não é só gerar filhos e educa-los”. “Todos nós quando nos empenhamos no serviço do próximo, estamos a dar vida”, disse. “O professor, quando ensina e educa, está a dar vida. O político e o governante, ao lutarem por soluções mais adequadas, plantam a vida. O trabalhador e o cientista que se esmeram em apresentar-nos um novo produto aumentam e melhoram a vida”, exemplificou. Nesta XII Festa das Famílias, D. Albino Cleto apelou às famílias da diocese para que sejam “escola de amor para se tornarem fonte da vida”. “Pais e mães que me ouvis, filhos que me escutais, ajudai-vos uns aos outros a fazer por amor aquilo que vos incumbe, sejam os gestos de afecto que entre vós trocais, a presença calorosa e paciente, o trabalho, a alegria de um ano escolar vencido, o auxílio aos vizinhos…tudo!”, insistiu, já perto do fim da sua homilia. Ao encerrar a Semana da Vida, o Bispo de Coimbra criticou duramente a prática do aborto e o manuseamento de embriões em laboratórios. Para D. Albino Cleto “não é com nova legislação que se vai purificar a fonte da vida”. “As regras – salientou – devem permitir o seguinte: uma vida que nasça deve ser sempre feliz e ter sempre a afectividade dos pais”. Primeiro encontro em Aveiro Na diocese de Aveiro também as Famílias estiveram reunidas com o seu Bispo, no primeiro Encontro Diocesano das Famílias, que este Domingo reuniu cerca de uma centena de pessoas no Campo Escola do Corpo Nacional de Escutas, na Palhaça. Numa tarde marcada pela chuva, as famílias tomaram conhecimento dos vários grupos e serviços cristãos relacionados com a família e conversaram com o Bispo de Aveiro sobre o panorama sombrio que enfrentam actualmente. Respondendo a algumas preocupações manifestadas, D. António Marcelino, sublinhou que “vivemos no mundo culturalmente diferente” devido às novas tecnologias, ao trabalho fora de casa, ao ensino generalizado, às múltiplas influências sobre os mais novos…. Porém, defendeu que o que está em crise não é identidade da família, mas a vivência familiar. “Quando não somos capazes de perceber as mudanças culturais, a tendência é condenar. Se a Família é instituição de Deus, Deus não a abandona (…). A família será sempre o espaço privilegiado para educar, crescer, viver, porque o critério fundamental é o amor”, disse o Bispo de Aveiro. ”Avozar” é importante O Bispo de Aveiro confidenciou, ainda, que a sua maior preocupação “é ver famílias cristãs que não estão apaixonadas pelas sua própria família” e aconselhou a que “as famílias se ajudem umas às outras”, nas dificuldades e principalmente na educação dos filhos, “que é uma coisa do coração”. Para essa ajuda mútua existem serviços e grupos na diocese. Uma última palavra dirigiu-a aos avôs e avós. “Avozar é uma coisa muito importante”, disse, sublinhando que o amor dos avós distingue-se de todos os outros. Já no final do encontro D. António apresentou o Pe. Francisco Martins, que desde há meses lidera a pastoral familiar na diocese de Aveiro. Redacção/Correio do Vouga/ Correio de Coimbra

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