Ordens Religiosas na Beira

Decorreu no passado dia 19 de Maio no Arquivo Distrital da Guarda o Colóquio “As Ordens Religiosas na Beira” com organização conjunta do Arquivo Distrital da Guarda, da Câmara Municipal da Guarda, da Diocese da Guarda e da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e a colaboração da Escola Superior de Educação da Guarda, do IPPAR – Delegação Regional de Castelo Branco e das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, estas em comemoração dos 125 anos da sua fundação. A numerosa assistência que se deslocou ao extinto convento de S. Francisco na Guarda ouviu atentamente as nove comunicações apresentadas “Ordens religiosas na Beira: raízes da memória”, “Irmãos de S. João de Deus na Beira: identidade pela hospitalidade”, “Irmão Júlio dos Santos: um Egitaniense exemplo de hospitalidade”, “Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus: 125 anos de hospitalidade”, “Culto a S. João de Deus na Beira: ciência, devoção e arte”, “A Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e o Império Africano no séc. XX”, “Leomil, sede da Comenda da Ordem Hospitalar de Roncesvalles”, “A Ordem de S. Francisco na Beira: o tempo e o espaço – o caso de Trancoso” e “O eco das pedras: quando os conventos falam”. A primeira sessão foi presidida por D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, e a segunda pelo Pe. Júlio Pinheiro, Delegado da Comissão Cultural da Diocese. No final os presentes deslocaram-se ao Paço da Cultura – CM Guarda, para visitar a exposição itinerante, do pintor Marín Garcia, Reais Hospitais Militares de S. João de Deus na fronteira Luso Espanhola, séculos XVII-XVIII, a qual teve início em Montemor-o-Novo, passou já por Penamacor e vai continuar, em 2006 / 2007, por Ponte de Lima, Oropesa (Espanha), Almeida, Bragança, Olivença (Espanha), Lisboa, Porto, Elvas, Moura, Granada (Espanha) e Castelo de Vide. No período de reflexão e debate, surgiram algumas conclusões e propostas. D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, falou da oportunidade do presente Colóquio no Distrito da Guarda, região de onde saíram inúmeros candidatos para ingressar nas Ordens Religiosas, nomeadamente as que foram apresentadas nas comunicações assim como de muitas outras que é necessário falar e dar a conhecer. Sem esquecer todas as outras Ordens que tiveram Casas na Beira, região que foi, e é, um exemplo de fé, exemplo que ouvimos ao longo deste dia numa afirmação da nossa identidade. O prelado considerou estes eventos uma necessidade e felicitou os organizadores e as diversas entidades que em conjunto apresentaram uma actividade cultural que é uma mais valia para a Beira, especificamente a Diocese da Guarda. A intervenção do arquitecto José Afonso, Director Regional do IPPAR – Delegação de Castelo Branco, acentuou a importância de Jornadas temáticas como esta, onde se debatem questões pertinentes sobre o património religioso. O território humanizado moldou-se pelo homem, foi ele que o construiu, habitou e deixou aos vindouros a sua indelével presença. Hoje os técnicos esquecem-se dessa premissa, recuperando os espaços e o património arquitectónico impregnados de conceitos teóricos apreendidos nos estabelecimentos de ensino sem que a alma dos ancestrais construtores dos sítios esteja omnipresente. É necessário e fundamental respeitar o espírito e a simbólica dos monumentos preservando a sua identidade e não a dos intervenientes nos projectos actuais de requalificação arquitectónica, tal como vemos em muitos locais. Por fim o delegado da Pastoral da Cultura, Pe. Júlio Pinheiro, referiu que o presente Colóquio foi ao encontro dos objectivos da pastoral cultural da Diocese da Guarda, dando a conhecer o património religioso como forma catequética. Dar a conhecer o passado e presente das Ordens religiosas é também evangelizar, é também construir a identidade regional de uma das Dioceses e províncias portuguesas que mais contribuiu para o alicerçar das raízes cristãs e católicas aquém e além-mar. Pelo grande interesse que o Colóquio suscitou na região, este sacerdote apresentou como objectivo a organização anual de novas Jornadas subordinadas em torno do tema em análise, onde se traga à discussão as questões técnicas, científicas, patrimoniais, arquitectónicas e artísticas, entre outras. Por fim, o Pe. Júlio Pinheiro referiu-se à qualidade das comunicações que foram apresentadas, envolvendo toda uma plêiade de estudiosos sobre uma matéria vasta e rica, mas infelizmente, desconhecida da generalidade do grande público, considerando este Colóquio um marco cultural na vida da Diocese nestes primórdios do século XXI, com base nos séculos passados. A Comissão, Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus, 400 anos em Portugal

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