Em dia de festa abrem-se as portas a crianças com programa especial O Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima, está a assinalar o Dia Internacional dos Museus com um programa especial que inclui entradas gratuitas e algumas actividades especificamente direccionadas para crianças e adolescentes, em que se destaca o retratar do dia a dia de um Museu, explicando aos visitantes a forma de tratamento de uma peça doada, desde a sua entrada no Museu até à colocação na reserva ou na exposição. Segundo o director deste museu, Gonçalo Cardoso, “esta actividade permite o acesso à reserva do museu, que normalmente não é visitável”. Ainda neste dia, e especialmente dedicado às crianças, numa visita guiada, dando ênfase aos objectos de adorno das mulheres africanas, a «Oficina de missangas» possibilita às crianças a criação dos seus próprios colares. De acordo com informação disponibilizada pelo Museu, até às 12 horas de hoje tinham passado por ali cerca de 150 pessoas, participando nas diversas iniciativas propostas. Mas o assinalar do Dia Internacional dos Museus é, apenas, uma das actividades deste espaço cultural, propriedade dos Missionários da Consolata. Este Sábado, 20 de Maio, o Museu de Arte Sacra e Etnologia adere à 2º edição europeia da «Noite dos Museus», “sob proposta da direcção dos museus de França”, referiu à Agência ECCLESIA Gonçalo Cardoso. Com esta iniciativa os museus vão permanecer abertos ao público até à 1 hora da manhã e destaca o director do Museu, vai ser inaugurada “uma exposição temporária de fotografia sobre os Índios Yanomami, haverá um café concerto, e uma tertúlia com a presença de dois jornalistas que fizeram trabalhos junto dos Índios Yanomami”. Para os mais aventureiros e apaixonados por emoções fortes, decorrerá uma visita guiada, ao museu, à lanterna. “Com tudo apagado vamos fazer a visita ao museu apenas com a luz de lanternas”, explicou. «Viagem» ao Museu Muitos dos objectos expostos neste Museu, em Fátima, “foram cedidos pelo Museu dos Missionários da Consolata de Turim, na Itália”, revelou Gonçalo Cardoso. “Mas ainda vamos recebendo algumas peças trazidas das missões pelos missionários”, sublinhou. De um modo geral, “o museu pretende contar a história de Cristo e das missões”, e divide-se em vários espaços que contemplam a Arte Sacra e a Etnologia. «Percorrendo» connosco o espaço do museu, Gonçalo Cardoso vai explicando que numa primeira sala, de exposição permanente, “há uma grande colecção de presépios e de Meninos Jesus, desde o século XVI até aos nossos dias, com alguns exemplos da Arte Indo e Sino-Portuguesa”. “A sala 2 é a sala da Paixão e morte do Senhor”, conta, explicando que nesse espaço “há uma valiosa colecção de crucifixos e Cristos de marfim e de madeira”, e o mais antigo que o museu conserva remonta ao século XIV. Numa outra área, a da Ressurreição e dos missionários na época dos descobrimentos, e do encontro com outras culturas, encontram-se objectos da Arte Oriental. No sector etnológico do museu mostra-se aquilo que “os missionários actualmente encontram nas missões onde trabalham”. Mas a sala preferida e a mais procurada pelos peregrinos, sobretudo no período de Maio a Outubro, “é a sala dos pastorinhos que conserva o barrete que Francisco usava, uma relíquia doada aos missionários da Consolata pelo seu pai, o Ti Marto”, contou. Entre as peças de maior «valor» que se encontram neste museu, está a colecção de Meninos Jesus em estanho que, releva o director “é muito raro em Arte Sacra”, assim como o Cristo do século XIV, e algumas peças etnográficas, também “antigas e raras”. Novo catálogo em preparação Para estudar algumas dessas peças, do sector etnológico, foi assinado um acordo de colaboração com no âmbito da candidatura deste museu ao programa P2 da Rede Portuguesa de Museus. Um programa de Apoio à Investigação e ao Estudo das Colecções. Segundo o responsável do Museu, “todas as peças estão inventariadas e estudadas no essencial, mas este é agora um estudo mais aprofundado, em termos de contextualização antropológica e histórica, com o objectivo de obter um maior número de informação das peças, para depois editarmos um catálogo do museu”, frisou.