O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), D. Ricardo Blázquez, defendeu ontem o perdão como um passo essencial para sarar as feridas abertas pelo terrorismo da ETA e pacificar o País Basco. Num encontro em Madrid, D. Blázquez considerou que o futuro do País Basco depende, em grande parte, da capacidade de todos os cidadãos da região conseguirem conviver em paz, sem que se sintam ameaçados. Para o presidente da CEE, o processo de pacificação deve igualmente passar pela “ETA deixar de extorquir ou matar, abandonar as armas” e permitir assim que “todos os cidadãos bascos possam viver em paz e sem medo”. “Há muitas feridas abertas porque morreu muita gente e também há muitas famílias a sofrer. Por isso tentamos dialogar com as vítimas que querem dialogar, e não são todas, e algumas já perdoaram”, disse. “Compreendo que socialmente não se possa impor o perdão, mas já há quem tenha perdoado”, sustentou. Em 2002, a CEE publicara a instrução pastoral designada “Avaliação moral do terrorismo em Espanha, suas causa e consequências”. O documento revela-se contundente na avaliação da organização basca, classificada de “associação terrorista, de ideologia marxista revolucionária, que luta por um nacionalismo totalitário e persegue a independência do país Basco por todos os meios”.