Mais de 3 mil estudantes e meia centena de professores e auxiliares de educação juntaram-se em Fátima para o 7º encontro nacional do 1º ciclo da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC). O “Inter-Escolas” teve este ano, como tema, “EMRC. Uma marca na tua vida”. Organizada pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), com a colaboração da Equina Nacional de Apoio à EMRC, esta iniciativa da passada sexta-feira incluiu momentos de celebração litúrgica, em volta da Capelinha das Aparições, e outros de animação cultural, no Centro Paulo VI. João Ferraz, da organização do evento, explica à Agência ECCLESIA que o Inter-Escolas já faz parte da programação dos vários estabelecimentos de ensino, vindo a afirmar-se como uma referência obrigatória na calendarização escolar. “A dinâmica que nós imprimimos convida à adesão das escolas a esta iniciativa, porque, no fundo, é o culminar de uma caminhada que se vai fazendo com as crianças”, aponta. Esta manifestação demonstra a vitalidade da disciplina no 1º ciclo, apesar das dificuldades criadas pelo facto da EMRC ter sido relegada para fora do período da leccionação normal das 25 horas. “A intenção de acontecimentos como este é ter um impacto em toda a comunidade educativa, quer aquela em que cada escola se insere, quer nesta manifestação mais nacional, para dar visibilidade ao trabalho que se vai fazendo nas escolas”, refere João Ferraz. Na última assembleia do episcopado português foi aprovado o documento “Educação Moral e Religiosa Católica: um valioso contributo para a formação da personalidade”. Aí se recordava que a EMRC tem uma natureza diferente da Catequese, quanto às finalidades, aos destinatários e aos conteúdos: “A EMRC tem em vista a formação global do aluno, que permita o reconhecimento da sua identidade e, progressivamente, a construção um projecto pessoal de vida. Promove-a a partir do diálogo da cultura e dos saberes adquiridos nas outras disciplinas com a mensagem e os valores cristãos enraizados na tradição cultural portuguesa”. João Ferraz assinala que “a metodologia e todo o percurso que se vive na disciplina de EMRC é diferente da Catequese, porque na escola estão todos”. Para o futuro, este responsável vê uma grande oportunidade para a afirmação da EMRC no 1º ciclo com “o prolongamento do horário”. Actualmente, a disciplina de EMRC tem um carácter facultativo e abrange os ensinos básico e secundário (do 1º ao 12º ano de escolaridade).