Conselho Nacional da Primavera do CPM O Conselho Nacional da Primavera da Federação Portuguesa dos Centros de Preparação para o Matrimónio, que terminou este Domingo em Viana do Castelo, trouxe para o centro do debate a questão da “Juventude de hoje: educação na família e na Escola”, temática que, na sexta-feira passada, juntou em Ponte de Lima mais de 300 pessoas, num seminário organizado pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco. O director do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar da Diocese de Viana, José Luís Carvalhido da Ponte, destacou a necessidade de hoje, pais e escola se empenharem na educação para o optimismo, apontando- o como caminho para ultrapassar o «ambiente depressivo e pessimista» que marca o clima português e que deixa os adultos «desanimados e preocupados » com o futuro e na relação com os filhos e alunos. «Urge educar — disse — para o optimismo» desde que este seja «realista e interventivo», fazendo das pessoas «sujeitos activos da nova construção do meio», bastando para tal que cada um acredite que «a mudança é possível». Neste capítulo, advertiu a mais de meia centena de delgados de todas as dioceses do país que «a linguagem denuncia-nos» e aconselhou a mudar de linguagem no que se refere aos formandos, insistindo no «elogio», na «avaliação positiva » e na correcção do erro em vez daquele que errou e a valorizar mais e melhor já que para um optimista «uma dificuldade é um desafio» enquanto se torna num «problema»para o pessimista. Como os pais são «os primeiros e principais educadores », aquele pedagogo insistiu que é necessário «treinar para nós próprios um discurso optimista para depois o poder fazer aos outros». José Luís Carvalhido vincou a necessidade de os pais educadores enveredarem pelo modelo de «orientadores » que impõem regras sociais e valores, mas que dão segurança, carinho e afecto à criança, preconizando o abandono de modelos de autoritarismo, de permissivismo ou mesmo da indiferença. Qualquer dos modelos adoptados vai ser replicado pelo filho adulto, que o vê como modelo, ou pelo seu contrário, se marcado muito negativamente. Abordando a questão da relação dos pais com a escola, fazendo uso da sua vasta experiência como presidente do Conselho Executivo de um estabelecimento de ensino, criticou aqueles que deixam para aquela «a responsabilidade de educar os filhos», sublinhando a importância da participação familiar «na tomada de decisões escolares». É tempo de enveredar pelo caminho da «cooperação família/escola» e «quantas decisões na orientação da comunidade escolar não podem ser tomadas com a chancela dos pais e ficam por tomar face à demissão» destes. Este recado também serve para os cristãos que são chamados a dar testemunho, mas que, à semelhança de outros, se demitem da participação no «processo educativo» em meio escolar. Este movimento de Pastoral da Família termina hoje este Conselho Nacional com a análise, discussão e deliberação sobe a forma de adequar os órgãos representativos da CPM – Portugal aos estatutos aprovados pela Conferência Episcopal Portuguesa. O movimento, cuja principal missão é preparar os noivos para a nova realidade de vida que estão prestes a assumir mediante o sacramento do matrimónio, está presente na quase totalidade das dioceses nacionais, embora ainda «não chegue à maior parte dos noivos». No ano pastoral 2004/2005, apenas 34 por cento dos casamentos católicos realizados foram entre pessoas que tinham frequentado este curso. Refira-se, ainda, que nesse ano participaram no CPM perto de dez mil pares de noivos. DM/Paulo Gomes