Os participantes do “Encontro Europeu de Cultura Cristã”, promovido pelo Conselho Pontifício para a Cultura e o Departamento das Relações Externas Eclesiais do Patriarcado Ortodoxo de Moscovo, lançaram hoje em Viena um apelo conjunto pela “educação moral” da Europa. “Hoje como nunca, os países europeus têm necessidade de promover a esfera da educação moral, porque a sua ausência ou desvalorização pode provocar consequências desastrosas”, alerta o comunicado final do encontro, no qual participou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. Entre as consequências da falta de uma “educação moral” o documento enumera o crescimento dos vários tipos de extremismo, a quebra da natalidade, a poluição ambiental, a violência e a “humilhação da dignidade humana”. O documento é dirigido aos fiéis das duas Igrejas, a todos os cristãos, às pessoas de outras tradições religiosas e aos líderes “políticos e público da Europa”, sublinhando que “o princípio da responsabilidade moral, bem como o princípio da liberdade, devem ser amplamente abraçados em todas as esferas da vida humana”. “Sem a inspiração dos profundos princípios morais característicos das duas tradições religiosos, assim como de muitas escolas laicas de pensamento, os Europeus não serão capazes de enfrentar adequadamente os desafios do mundo moderno”, aponta a mensagem. A Santa Sé e a Igreja Ortodoxa russa manifestam a sua abertura a todos os que partilham esta convicção, prontificando-se para o diálogo “com todos os que, não partilhando plenamente estas ideias, estão abertos a discuti-las”. O documento conclusivo lembra que as Igrejas cristãs foram sempre e ainda são “um recurso para educar as pessoas para a responsabilidade moral”. “Dado que as organizações religiosas não estão separadas da sociedade, os esforços das paróquias e das comunidades monásticas, das escolas católicas, universidades e centros socio-culturais em formar para a responsabilidade moral deveriam ser reconhecidos pelo Estado e pela sociedade”, pode ler-se.