«Podemos dizer que na paz, no envio em missão e no perdão reside o ADN do discípulo» – D. Rui Valério
31 mai 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e Forças e Segurança incentivou hoje à “promoção da justiça e da defesa incansável da dignidade de todas as pessoas”, na Missa de Pentecostes, no Instituto de Ação Social das Forças Armadas.
“Que o Espírito nos impele ainda a sair de nós mesmos, do nosso comodismo, da nossa zona de conforto, para nos abrirmos ao testemunho de Cristo, ao Seu amor por nós, através da promoção da justiça e da defesa incansável da dignidade de todas as pessoas, superando, assim, todas as formas de discriminação”, disse D. Rui Valério, numa homilia enviada à Agência ECCLESIA.
No reinício das celebrações com a presença de fiéis, o responsável católico salientou que estavam a “celebrar o Senhor Ressuscitado nas igrejas finalmente abertas”, depois de um longo período de ausência do Povo de Deus.
“Neste regresso renascemos e renovamos em nós a sede dessa fonte incomensurável de vida que é a Eucaristia. Por isso, para estes novos tempos de pós-confinamento e de regresso à normalidade, a presença e ação do Espírito Santo nas nossas vidas é incontornável”, desenvolveu, no Instituto de Ação Social das Forças Armadas – Centro de Apoio Social de Oeiras (CASO).
O bispo das Forças Armadas e Forças e Segurança explicou que “só” o Espírito Santo “dá a sabedoria” para escolherem “aquilo que realmente é fundamental na estrutura da vida” e pediu que remeta para “a sobriedade e para o desprendimento”, tornando-os solidários e fraternos na relação com os irmãos.
“Podemos dizer que na paz, no envio em missão e no perdão reside o ADN do discípulo. Assim, reconhecemos que o Espírito Santo é o principal garante do que é essencial; como ainda é Ele que cria, salvaguarda e cultiva em nós a identidade cristã de cada discípulo de Jesus”, acrescentou.
A celebração do Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa, evoca a efusão do Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade na doutrina católica.
Após a suspensão das celebrações comunitárias com presença de fiéis a 13 de março, por causa da pandemia Covid-19, D. Rui Valério desejou que este regresso impele a serem “dóceis à vontade de Deus” para se deixarem “transportar rumo ao mundo para o transformar, ao encontro dos irmãos para lhes levar amor e serviço na solidariedade”.
Neste contexto, o bispo das Forças Armadas e de Segurança também enviou aos capelães militares algumas recomendações para o regresso das celebrações, “tendo como referência a orientações da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), adaptadas à realidade castrense”.
Por exemplo, D. Rui Valério indica que os militares que “participam na Honra-do-Altar devem respeitar o distanciamento recomendado, mantém-se o toque do clarim de homenagem aos militares mortos”, mas terá de ter “um distanciamento de sete metros em relação à pessoa mais próxima”.
CB/OC