Igreja sem sacerdotes?

A Igreja Católica vai celebrar, em todo o mundo, a Jornada de Oração pelas Vocações, no dia 7 de Maio, tendo como pano de fundo a Mensagem de Bento XVI para este dia, na qual o Papa reza para que surjam “numerosas e santas vocações ao sacerdócio”. O “guia” da Igreja Católica de Portugal confirma, na sua edição de 2006, a quebra progressiva do número de ordenações sacerdotais, no nosso país. O Anuário Católico de Portugal mostra que entre 2000 e 2003, o número de sacerdotes diocesanos baixou de 3.159 para 3.029 (menos 130), enquanto que o clero religioso manteve praticamente o mesmo número. A situação de 2003 mostra que por cada dois padres que morrem (nesse ano foram 80), apenas um é ordenado (37 novos sacerdotes). Apesar desta quebra no número de padres, a maioria das mais de 4 mil paróquias estão confiadas à administração sacerdotal (99,15%) e apenas 37 paróquias são administradas pastoralmente por diáconos, religiosas e leigos. Perante este quadro, algumas Dioceses têm vindo a estudar novas soluções pastorais, procurando respostas diferentes das tradicionais formas de organização paroquial. Defendem-se a partilha das responsabilidades com os leigos e, sobretudo, novas formas de distribuição do clero pelo território diocesano, de modo a atingir um melhor equilíbrio entre as necessidades das comunidades e o número de sacerdotes. Assiste-se, por isso, ao surgimento de formas de vida e de trabalho em comum, conduzindo à criação das chamadas “Unidades Pastorais”, com várias paróquias, servidas por equipas de sacerdotes, conjugando o serviço do ministério sacerdotal com outros serviços. O processo exige uma mudança de mentalidades e estas mudanças na distribuição do clero nem sempre são bem acolhidas, dado afastarem a ideia tradicional de “um padre para cada paróquia”. Por outro lado, em Abril de 2004, a CEP apresentou as “Bases para a Pastoral Vocacional”, em que se propõe uma “mudança radical” na abordagem aos jovens católicos.

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