S. José de Cluny, 125 anos em Portugal

A Congregação de S. José de Cluny, fundada a 12 de Maio de 1807, em França, por Ana Maria Javouhey e chegada a Portugal em Outubro de 1881, celebra durante este ano o bicentenário da sua fundação, bem como os 125 anos de presença em Portugal. A Província Portuguesa decidiu celebrar estas comemorações até 27 de Maio de 2007, tendo-se iniciado no passado dia 23. Esta Província tem a sua sede na chamada Casa Provincial, em Fátima, onde reside a primeira responsável da Congregação em Portugal – a Superiora Provincial – que é a delegada da Superiora Geral no País. A Fundadora dizia gostar de “estar em toda a parte onde há bem a fazer e dor a aliviar”. As suas continuadoras, impregnadas do mesmo espírito, espalham-se pelo mundo e rapidamente chegaram a Portugal, onde hoje se encontram as Irmãs e leigos – associados, jovens cluny, amigos, candidatas à Congregação, colaboradores. Esta história remonta a 1881, quando a Casa Mãe, em Paris, é contactada para disponibilizar Irmãs para irem para Angola a fim de trabalharem enquanto missionárias com os Padres do Espírito Santo. Chega a Lisboa um pequeno grupo de Irmãs que foram hospedadas nas Irmãs de S. Vicente de Paulo, depois nas Dominicanas, em Benfica, e posteriormente num convento de Carmelitas em Carnide, que o governo português pôs à sua disposição. Aí se dedicaram à formação de Religiosas missionárias destinadas às missões de Angola. Em Novembro de 1885 fundou-se uma segunda comunidade em Tentúgal – Coimbra- sempre com a mesma finalidade: formar Irmãs para as missões portuguesas. Seguiram-se outras fundações, no Norte. Em 1891 abriu-se em Lisboa o primeiro Estabelecimento de Ensino. Esta foi a “Casa Mãe” do Instituto em Portugal. Outras fundações se sucederam, mas em 1910, com a implantação da República, foram expulsas todas as Congregações religiosas do País. Passados 11 anos, em 1921 a Superiora Geral recebe pedidos insistentes da parte dos Bispos Portugueses e dos Padres do Espírito Santo para se abrir um Noviciado em Portugal. No ano seguinte após várias diligências levadas a cabo pela Madre Catarina d’Ornellas, antiga dama de honor da Rainha D. Amélia que também tinha pedido a presença das Irmãs de S. José de Cluny, em Portugal, foi inaugurada uma comunidade em Anadia e aí se iniciava o Noviciado com 5 jovens. Entre 1922 e 1966, abriram-se 20 comunidades. Posteriormente abriram-se outras; fecharam-se algumas e hoje a Província Portuguesa é constituída por 26 comunidades com um total 265 Irmãs que, seguindo o Carisma confiado à Fundadora, realiza a Obra de Deus nos vários sectores das suas actividades: Educação, pastoral Paroquial, Solidariedade Social, Saúde e Idosos. A acção evangelizadora da Congregação atinge crianças, adolescentes, jovens, adultos… O campo de missão é vasto. “É a Obra de Deus que realizamos… e quando é verdadeiramente por Deus que trabalhamos, Ele duplica as nossas forças conforme as necessidades”, escrevia a Fundadora da Congregação. A francesa Ana Maria Javouhey (1779-1851) foi uma missionária que se destacou por se dedicar às crianças, idosos, doentes (entre os quais os leprosos e os deficientes mentais) e aos mais marginalizados. Deixou a Europa e partiu para a Ilha Bourbon e para o Golfo da Guiné, em 1817, um facto inédito na época, para uma mulher à frente de uma congregação religiosa. Em 1843, regressa a França onde continua a fundar casas, a formar as Irmãs, a dirigir a Congregação e a fazer todas as diligências para que esta passe de um estatuto diocesano ao reconhecimento pelo Papa, o que apenas ocorre 3 anos após a sua morte. Desde então, as irmãs de Cluny chegaram já a 55 países do mundo, em todos os continentes. Actualmente, são mais de três mil as irmãs que integram este instituto religioso. As Irmãs de S. José de Cluny, têm a consciência de ter uma herança espiritual a partilhar, um caminho de santidade legado pela sua Fundadora Ana Maria Javouhey. Há leigos seduzidos pela personalidade e espiritualidade da Madre Javouhey e pela missão universal da Congregação, que se tornam Associados da mesma: são pessoas crentes que vivem com seriedade o seu compromisso baptismal. Os Associados juntam-se às religiosas para viverem o carisma e a espiritualidade da Congregação e aprofundarem e consolidarem as respectivas vocações.

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