Em sintonia com os crucificados do mundo

Celebração da Paixão na Diocese de Viana do Castelo Celebrar a Paixão é entrar em sintonia com os crucificados do mundo «Meditar na paixão de Cristo apura a nossa sensibilidade para sintonizarmos com a multidão de crucificados da terra, para sentir a tortura do cúmulo de dores e sofrimentos que pesa sobre a humanidade actual», declarou, na Sé Catedral, o Bispo de Viana do Castelo, considerando que o «realce dado à cruz e ao Crucificado não constitui uma apologia dum cristianismo, sem o resplendor tonificante da luz e esperança do Ressuscitado». O Prelado sublinhou é necessário e urgente «um firme apelo à sabedoria da cruz» porque viver quotidianamente esta Cruz é «única fonte da alegria verdadeira», no cumprimento do dever próprio de cada estado de vida, no momento presente. É a própria cruz de cada dia que garante «a esperança de participar na alegria de ressuscitarmos com Cristo». D. José Pedreira recordou aos cristãos que «o testemunho mais convincente da missão divina de Jesus é a sua ressurreição», contudo, a Igreja, de hoje e de todos os tempos, tem necessidade de reavivar a teologia da cruz uma vez que ela é parte fundamental do acontecimento Pascal este mistério da salvação humana. Na única celebração onde o presidente se prosta diante da Cruz, a vivência da mensagem do Crucificado «reduz-nos á nossa real condição terrena» e «abre o caminho» para «as realidades transcendentes», as únicas capazes de preencher as nossas aspirações e trazer a paz à nossa precária existência, já que a «utopia da ciência e da técnica dos dois últimos séculos mostrou-se incapaz de resolver as ânsias e os problemas existenciais que afligem todo e qualquer ser humano». «Contemplar Cristo pendente da cruz, referiu o Bispo de Viana do Castelo, «interpela o nosso espírito, a nossa inteligência e o nosso coração, que nos faz prostrar perante o mistério revelado por Deus, e tentar compreender, penetrar, o mistério subjacente à “teologia da Cruz”». Ela fala-nos, completou, de um Deus que «aceitou morrer, em oblação de resgate, para logo ressuscitar glorioso, transformando o «objecto de ignomínia para os contemporâneos de Jesus», em «trono de glória e estandarte de vitória sobre a morte». O ambiente de silenciosa oração que constitui a celebração que assinala a morte de Cristo conduz os fiéis a participar na “grande oração universal” colocando diante de Deus as necessidades da Igreja, dos governantes, das vítimas de quaisquer opressões. Na adoração do Redentor alçado na cruz, D. José Pedreira suplicou para que cada um se predisponha a levar, com esperança, amor e confiança, a própria cruz.

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