Papa não quer sacerdotes «activistas»

Bento XVI pediu esta manhã, no Vaticano, que os padres de todo o mundo sejam “amigos de Cristo” e “homens de oração”, para melhor cumprirem a sua missão sacerdotal num mundo afectado pelo “activismo frenético”. Na homilia da Missa Crismal, que celebrou com os Cardeais, Bispos e presbíteros presentes em Roma, o Papa deixou uma série de recomendações sobre o sacerdócio na Igreja”. “Ser sacerdote significa tornar-se amigo de Jesus Cristo, e isto cada vez mais, com toda a nossa existência”, esclareceu. Assinalando o dia em que a Igreja celebra a instituição da Eucaristia e do sacerdócio, o Papa lembrou que “o mundo tem necessidade de Deus”, do Deus revelado em Jesus Cristo “que se fez carne e sangue, que nos amou até à morte, que ressuscitou e criou nele próprio um espaço para o homem”. “Esse Deus – explicou – deve viver em nós e nós nele. É esta a nossa vocação sacerdotal e só assim o nosso agir como sacerdotes pode trazer frutos”. Bento XVI frisou que os sacerdotes devem ser “homens de oração” para fazerem face ao “activismo frenético” de que sofre o mundo dos nossos dias. “O agir externo, no final de contas, fica sem frutos e perde eficácia se não nasce da profunda e íntima comunhão com Cristo. O tempo que empenhamos para ela é, verdadeiramente, tempo de actividade pastoral, de uma actividade verdadeiramente pastoral”, apontou. O Papa alertou ainda para a necessidade de fazer da Bíblia “a fonte viva da Igreja”, para não correr o risco de fazer dela “um livro do passado”. Na primeira parte da sua homilia, o Papa centrou-se nos “sinais” que caracterizam o sacramento da Ordem, como a imposição das mãos, que simboliza “todo um percurso existencial”. “Fixemos sempre o nosso olhar no Senhor e estendamos para ele as mãos” é o convite deixado aos sacerdotes, para que estejam ao serviço “de uma vida que é mais forte do que a morte e do amor que é mais forte do que o ódio”. O Papa concluiu a sua homilia citando o Pe. Andrea Santoro, que foi assassinado na Turquia em Fevereiro: “é preciso carregar o mal do mundo e partilhar a sua dor até ao fim, como fez Jesus Cristo”. “Ofereçamos a Cristo a nossa carne, para que assim ele possa vir ao mundo e transformá-lo”, observou Bento XVI. Durante a liturgia da Missa Crismal, depois da renovação das promessas sacerdotais, foram benzidos pelo Papa o óleo dos catecúmenos, o óleo dos doentes e o do crisma. Este an,o o óleo chegou de Castelserar, na Espanha, enquanto que o perfume para o crisma foi preparado em Calangianus (Sassari), na Sardenha. Tríduo Pascal Este é o calendário de celebrações do Papa para o Tríduo Pascal (os horários correspodem à hora local, menos uma em Lisboa): Quinta-Feira Santa Missa na Ceia do Senhor Basílica de São João de Latrão, 17h30 O Papa preside à concelebração eucarística e fará o lava-pés a 12 homens. Durante o rito, os presentes são convidados a cumprir um acto de caridade para apoiar o projecto de reconstrução de casas para as vítimas das enxurradas no território da Diocese de Maasin, nas Filipinas. Sexta-feira Santa Basílica de São Pedro, 17h00 Celebração da Paixão do Senhor Coliseu de Roma, 21h15 Via-Sacra Meditações e orações de D. Angelo Comastri, Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano. Sábado Santo Basílica de São Pedro, 22h00 Vigília Pascal Domingo de Páscoa Praça de São Pedro, 10h30 Missa do Dia com o rito do “Resurrexit” Praça Central da Basílica, 12h00 Bênção “Urbi et Orbi”.

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