Referendo sobre a PMA é uma iniciativa dos movimentos

“A questão do referendo é uma iniciativa dos movimentos. A posição da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sobre a Procriação Medicamente Assistida (PMA) está expressa na Nota do Conselho Permanente do passado dia 10 de Janeiro” – disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, secretário da CEP, em relação à reunião realizada ontem (dia 7 de Abril) com os movimentos cristãos ligados às questões da cultura da vida. O Conselho Permanente da CEP “convocou-os para falarmos sobre as questões da vida e os procedimentos em relação ao futuro”. A questão do referendo sobre Procriação Medicamente Assistida até foi “um tema lateral à reunião” – finalizou Nota da CEP sobre a procriação medicamente assistida O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, reunido a 10 de Janeiro de 2006, em Fátima, tomando conhecimento de um debate parlamentar relativo ao projecto de Lei que regulará a procriação medicamente assistida, decidiu manifestar a sua posição. Reconhecendo o anseio sério de muitos casais em solucionar o seu problema de infertilidade ou de esterilidade, após impossibilidade de recurso a outros meios, bem como acolhendo a necessidade de uma lei que regule e estabeleça as fronteiras entre o cientificamente possível e o eticamente aceitável, consideramos, pelo serviço à dignidade da pessoa humana a que nos obrigamos, que este método deve atender ao direito da criança que irá nascer, como fim em si mesma e não resultado de um direito paterno ou materno sem limites. Para além das exigências morais que recomendamos aos cristãos, julgamos ser nosso dever alertar a sociedade para alguns limites que a futura lei não deveria ultrapassar, a saber: 1. As técnicas de Procriação medicamente assistida devem ser reservadas a casais heterossexuais, para assegurar o dever ético de oferecer ao novo ser um homem como pai e uma mulher como mãe. Não admita o recurso a gâmetas fora do casal em virtude da grave dissociação entre paternidade genética e social. 2. Não considere aceitável o recurso a mães portadoras porque atinge a interacção profunda entre a criança e a mãe e porque experiências noutros países têm gerado muitas situações intoleráveis de conflito entre os pais biológicos e a mãe portadora, com enorme prejuízo para a criança a gerar. 3. Sendo o embrião uma vida humana dotada de dignidade, as técnicas usadas devem evitar a existência de embriões excedentários, mesmo destinados a uma segunda gravidez do casal. De nenhum modo estes embriões sejam utilizados para a investigação, enquanto vivos. Fátima, 10 de Janeiro de 2006 Notícias relacionadas • Movimento cívico lança campanha por um referendo sobre a Procriação Medicamente assistida • Promotores do referendo sobre a PMA defendem necessidade de esclarecer a população • 30 mil assinaturas por um referendo sobre a Procriação Medicamente assistida • Estatuto do embrião preocupa juristas católicos

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top