A responsável pelo Secretariado Diocesano do Algarve disse ontem que a revisão dos manuais de catequese em curso deve respeitar as diferenças socioculturais das 20 dioceses portuguesas. A irmã Maria José Sousa, que falava à margem do 45.º Encontro Nacional de Catequese, subordinado ao tema “A transmissão da fé – nas orientações para a catequese”, também lembrou que os catecismos devem ser acessíveis a todos os agentes de pastoral, quer tenham ou não uma elevada formação pedagógica e académica. Actualmente, sete equipas de cariz inter-diocesano procedem à remodelação dos dez volumes de catequese utilizados a nível nacional. A religiosa, que faz parte de uma dessas equipas, já entregou à Comissão Episcopal da Educação Cristã o catecismo 1.º ano e sustentou que esta reformulação «já devia ter sido feita há mais tempo». Neste processo, «o mais preocupante e urgente é a criação de espaços de vivência da fé», apesar dos manuais anteriores «serem bem elaborados». Na mesa redonda sobre o “Despertar religioso”, o Pe. Luís Miguel Rodrigues salientou que a renovação da catequese não passa apenas pela revisão dos manuais, mas que teria de levar em linha de conta que «a situação dos catequizandos se apresenta cada vez mais diversificada», pois «chegam à catequese crianças sem os rudimentos de vida cristã» e «adultos e jovens com percursos muito variados». «A indiferença religiosa difunde-se cada vez mais; a ignorância religiosa continua profunda; e o afastamento da prática dominical é cada vez maior», disse o coordenador do Departamento Arquidiocesano de Catequese. Socorrendo-se do Directório Geral para a Catequese e do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos, o clérigo afirmou que «a especificidade de hoje reside no facto de que a acção missionária se dirige aos baptizados de todas as idades, que vivem num contexto religioso de referências cristãs, percebidos apenas exteriormente. Nesta situação, o primeiro anúncio e uma catequese de base constituem a opção prioritária». Por isso, é necessário «um tempo de busca onde, Revisão dos catecismos deve respeitar diferenças regionais sob a acção do Espírito Santo, se realiza uma conversão inicial» e «a mensagem de Cristo deve ser apresentada em sintonia com as vivências dos destinatários ». A propósito da temática, a professora Maria Sameiro Cruz apresentou um testemunho pessoal interessante. Partindo da sua condição materna, Sami (como gosta de ser tratada…) realçou a importância da acção educativa dos pais, que devem valorizar «um ambiente caseiro de coerência pessoal e social, os momentos de oração e a vivência do domingo»