Vivei com alegria e em paz

Mensagem Pascal do Bispo de Santarém Na Páscoa nós cristãos celebramos a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo como centro e alicerce da nossa fé e como fonte de esperança e de alegria para todo o mundo. É esta alegria que desejo a todos: uma alegria enraizada no íntimo dos corações e irradiante à nossa volta. Para ajudar a compreender e a viver a alegria pascal apoio-me em três expressões próprias desta festa: Aleluia! Aleluia é o canto pascal que a Igreja entoa para anunciar ao mundo a alegria renovada da ressurreição. Este termo, herdado da Páscoa judaica, penetrou na nossa cultura como expressão de alegria irradiante, como um canto novo que desperta no mundo a esperança. A alegria da Páscoa é um júbilo interior capaz de enfrentar o sofrimento da cruz e vencer o mal e a morte. É a alegria que nós descobrimos nos primeiros crentes e nos santos de todos os tempos. A alegria da fé não nos livra dos problemas e dos sofrimentos próprios da vida. Ela nasce da vitória sobre a morte alcançada pela cruz de Cristo. O cristianismo é uma boa nova que tem o seu momento culminante e fundador no mistério pascal da morte e ressurreição de Jesus. Desta fonte brota a nossa esperança. A alegria da Páscoa é para ser comunicada. Não a podemos guardar para nós. Somos convidados, como as primeiras testemunhas da Ressurreição, a levá-la aos que vivem nas trevas, aos que sofrem injustiças e incompreensão, aos que precisam de ajuda e de atenção, de acolhimento e de solidariedade. Quanto mais comunicarmos a alegria mais ela crescerá no nosso coração. Recebemo-la na medida em que a damos. Não tenhais medo! São as primeiras palavras dirigidas às mulheres que, na manhã de Páscoa, ainda escuro, foram ao sepulcro e encontraram-no vazio. É como se estivéssemos na fronteira entre as trevas da noite e a promessa de um novo dia em que a vida recomeça, no limiar da morte e da vida, na aurora de um mundo novo. Não tenhamos medo da força da iniquidade: Cristo ressuscitou, venceu as trevas da mentira e da injustiça, lançou no mundo ferido pelo pecado a semente do amor que vence o mal e o ódio. Não tenhamos medo de acolher com um coração humilde e atento a mensagem pascal e de nos desapegarmos de nós mesmos, de renovar o coração e a mente para acolher a vida nova que o Senhor Ressuscitado nos propõe. Não tenhamos medo de seguir Cristo e viver a fé. Em nada nos diminui. Antes nos eleva e ilumina. A paz esteja convosco É a primeira saudação de Cristo Ressuscitado aos discípulos amedrontados, reunidos no cenáculo, na tarde desse primeiro dia. “A paz esteja convosco”, repetiu. Depois comunicou-lhes o Espírito Santo e enviou-os a levar a paz e o perdão dos pecados. A paz nasce da reconciliação com Deus, com a vida, consigo mesmo e com os outros. Deus misericordioso concede-nos o perdão, que gera a paz, e dá-nos a força do Seu Espírito para nos erguermos sempre de novo e caminharmos sem medo mesmo nos vales tenebrosos da vida. Acolher o mistério de Cristo Ressuscitado e o dom do Espírito, é pôr-se a caminho para encontrar a paz interior, a harmonia e a serenidade. Que a alegria e a paz da ressurreição inunde os vossos corações e seja um fermento que transforma o mundo. Páscoa de 2006, Manuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém

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