Imigração nos caminhos da Quaresma

«A terra encontrada e a terra prometida – Cristo nos rumos do emigrante» foi o tema escolhido este ano para o ciclo de conferências realizado na Vigararia de Almada, diocese de Setúbal. “Almada é uma cidade que tem muitos imigrantes e emigrantes, e por isso pensamos pensámos que seria importante abordar esta temática, tentando compreender este dinamismo desta nova sociedade, procurando ter um olhar cristão sobre estas questões”, explicou o Pe. João Luís Paixão à Agência ECCLESIA. O Vigário da vigararia de Almada e pároco em Cacilhas, destaca a necessidade que a Igreja tem de “estar ao serviço, atenta aos diversos problemas do mundo contemporâneo”, e sobre este tema aponta a possibilidade de “olhar para esta questão de um ponto de vista cristão e não meramente humano”. Ao longo da quaresma, e no decorrer deste ciclo de conferências, foram apresentadas diversas perspectivas da imigração, um tema que o Pe. João Luís considera muito oportuno abordar nesta época, não só pela sua actualidade, mas porque, diz, “o tempo de Quaresma é tempo de deserto, onde vamos ao encontro de Deus que fala ao coração do homem, no deserto”. “O tempo Quaresma – continua – é tempo de êxodo e o imigrante é alguém que, à semelhança de Abraão e de Moisés, deixou tudo para ir para uma terra. Às vezes não é a terra para onde Deus o envia, mas onde, certamente, está Deus e, é possível deixar-se encontrar”. Na Paróquia de Cacilhas, o Pe. João Luis Paixão, tem vindo a desenvolver um trabalho junto de comunidades imigrantes, do brasil e, deste contacto, testemunha que a primeira dificuldade que estes enfrentam é “a necessidade de sentirem-se acolhidos e integrados”. Com estes “não se esbarra na Língua”, sublinha. No entanto, com os imigrantes vindos dos países de Leste, essa é a dificuldade que sobressai desde logo. São pessoas que “deixaram a família, e o mais importante para eles não é comer, mas juntar algum dinheiro para enviar”, frisou.

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