Edição ilustrada apresentada hoje em Lisboa. A ideia surgiu e “resolvemos colocá-la em prática” – disse à Agência ECCLESISA o Pe. Tony Neves, em relação à edição comentada, ilustrada e solidária da encíclica de bento XVI “Deus é amor». Depois do contacto com a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) – tem os direitos de autor da publicação – e a “cedência gratuita desse direito”, a editora Rei dos Livros avançou para a obra que tem a particularidade de ter 162 fotos de Lúcia Pedrosa. Com introdução e comentários de algumas passagens da encíclica do missionário Espiritano, Pe. Tony Neves, esta obra custa 10 Euros mas “2,5 Euros revertem para Centro «Mwenho Ukola» no Huambo” – relatou o Pe. Tony Neves. Apesar do lançamento ter sido hoje (4 de Abril) “já recebemos encomendas de várias dezenas de paróquias”. Esta iniciativa é a “passagem à prática da segunda parte da encíclica” – sublinhou o missionário Espiritano. Centro ‘Mwenho Ukola’ no Huambo – Acolher Meninas de Rua O Centro ‘Mwenho Ukola’ acolhe meninas órfãs ou em situação de risco na cidade martirizada do Huambo, em Angola. Era urgente dar uma resposta às centenas de meninas a quem a guerra roubou os pais ou atirou para as ruas. São numerosas as crianças e adolescentes votadas ao mais completo e degradante abandono. As Irmãs do Imaculado Coração de Maria partiram do nada. Era preciso reconstruir a casa, arranjar mobiliário, alimentação, roupa, material escolar, fundos para pôr o projecto em marcha. Lançaram um grito à escala do mundo e a ONGD ‘Sol Sem Fronteiras’ deitou mãos à obra para apoiar o funcionamento deste Centro solidário. ‘Mwenho Ukola’ pretende ainda lançar algumas actividades formativas nas áreas da educação, saúde e formação humana para as cerca de 75 meninas que ali encontrarão um lar e condições de acesso à saúde, á escola, ao lazer, á cidadania, ao futuro. Ajude a dar-lhes futuro! Colabore, divulgando este Livro. Ao adquiri-lo está a dar 2,5€ para este Projecto. O Amor segundo Bento XVI «Deus é Amor» é a primeira encíclica de Bento XVI, nascida no dia de Natal. Fala da solidariedade dos cristãos, à luz do amor de Deus, uma paixão pelas pessoas. O ‘amor’, palavra usada e abusada, continua a ser a palavra mais importante do dicionário. Há que ‘retomá-la, purifica-la e devolvê-la ao seu esplendor originário, para que possa iluminar a nossa vida e levá-la pela caminho certo’. Para Bento XVI, o amor a Deus e o amor ao ‘próximo’ constituem um único mandamento e fundem-se no mais pequenino dos humanos. Por isso, Jesus usou parábolas como a do Bom Samaritano, a do Rico e do Pobre Lázaro, ou a do Juízo Final para dizer que o ‘próximo’ é qualquer pessoa que necessite de mim e eu possa ajudá-lo. O amor torna-se, assim, o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade duma vida humana e Jesus identifica-se, claramente, com os necessitados: pobres, famintos, forasteiros, nus, enfermos, encarcerados… O amor ao próximo é uma estrada para encontrar também a Deus e o fechar os olhos diante do próximo torna cegos diante de Deus. A segunda parte da Encíclica aborda a prática do amor pela Igreja enquanto Comunidade de amor. É um dever, não uma opção. Bento XVI apresenta uma breve história da solidariedade organizada da Igreja, a partir da instituição dos Diáconos. Apresenta a Doutrina Social da Igreja como uma indicação fundamental sobre os caminhos solidários a palmilhar. Fala da justiça social e das relações entre a política e os compromissos socio-caritativos da Igreja. Haverá sempre necessidade da Igreja intervir de acordo com as suas convicções. Há que investir na caridade social e organizada, sobretudo por parte dos leigos: além da justiça, as pessoas precisam do amor. Bento XVI pede aos cristãos que tenham um olhar com a dimensão do mundo para neste se exercer um solidariedade sem fronteiras. Os media ajudam a ter informação, há que agir à escala do planeta, para se activar uma solidariedade entre todos os povos. Lugar de destaque tem o voluntariado, sobretudo dos jovens, ‘uma escola de vida que educa para a solidariedade e a disponibilidade a darem não simplesmente qualquer coisa, mas darem-se a si próprios’. A Parábola do Bom Samaritano pede para agir no imediato respondendo a uma situação de urgência. O Papa fala da ‘Caritas’ como instituição que intervém com competência profissional e com humanidade, apostando na ‘formação do coração’ que leva ao encontro com Deus: “o programa do cristão – o programa do Bom Samaritano, o programa de Jesus – é um ‘coração que vê’ onde há necessidade de amor, e actua em consequência’. É um amor gratuito que não é realizado para alcançar outros fins. Bento XVI apresenta o capítulo 13 da I Epístola aos Coríntios como a Magna Carta de todo o serviço eclesial. Nesta coisas da solidariedade, há que evitar duas tentações: a de ter soluções humanas e técnicas para tudo e a de cruzar os braços porque não se consegue resolver nada Maria e todos os Santos provam que quem vive com Deus não se afasta das pessoas. Pelo contrário, compromete-se com elas. Fico feliz por esta edição ser um projecto solidário. No Huambo, deambulam muitas meninas a quem a guerra roubou a família e o futuro. As Irmãs do Imaculado Coração de Maria decidiram construir o Centro ‘Mwenho-Ukola’ (‘Vida Viva’) para acolher 75 destas meninas de rua. Os Jovens Sem Fronteiras e a ONGD ‘Sol Sem Fronteiras’ coordenam o apoio ao funcionamento deste Centro. A Editora Rei dos Livros quer dar o seu contributo para transformar este sonho em realidade. De mãos dadas, garantimos um futuro de paz para estas meninas que nasceram e cresceram ao ritmo das armas. Com as fotos da Lúcia Pedrosa, este projecto editorial ganha mais força e mais mensagem. Há que apostar numa solidariedade sem fronteiras. Tony Neves, Missionário Espiritano