A Sinagoga de Roma promoveu hoje um Congresso comemorativo por ocasião do 20º aniversário da histórica visita de João Paulo II ao local, a primeira de um Papa. O Cardeal Walter Kasper, presidente da Comissão da Santa Sé para as relações religiosas com o Hebraismo, disse que os fiéis das duas religiões devem “transmitir a memória do Holocausto e a memória da fé em Deus, para que as futuras gerações se possam nutrir delas”. O encontro de João Paulo II e o Rabino Elio Toaff, a 13 de Abril de 1986, foi um marco nas relações entre católicos e judeus, na linha do que o II Concílio do Vaticano tinha indicado com a declaração “Nostra Aetate”. Hoje, segundo o Cardeal Kasper, “cristãos e judeus devem levantar, em conjunto, a chama da esperança para dar ao mundo confiança e coragem”. N continuidade do pontificado do Papa polaco, que sempre esteve ligado a amigos judeus, é preciso “não só dialogar, mas também cooperar” nos campos sociais e políticos, disse o membro da Cúria Romana. Como exemplo concreto, o Cardeal Kasper apresentou o caso da Argentina, onde os fiéis das duas religiões ajudam as crianças, bem como o da África do Sul, na luta contra a Sida. O Rabino de Roma, Riccardo Di Segni, referiu à Rádio Vaticano que a visita de João Paulo II à Sinagoga teve “um impacto radical” e produziu uma “mudança significativa de atmosfera nas relações entre o mundo católico e o judaísmo”.