A experiência de dias passados nos locais onde Jesus viveu revelam-se uma oportunidade pastoral para comunidades ou grupos que lá se deslocam: acontece uma redescoberta da Bíblia. “Habituamo-nos a crescer ouvindo o evangelho, lendo o evangelho. Aqui na Terra Santa podemos estar em contacto com estes lugares de que falámos tantas vezes e interiorizar melhor a mensagem bíblica”, referia à ECCLESIA o Pe. Carlos Manuel, Pároco de Alfragide, em Lisboa. Após 8 dias de peregrinação, a experiência de outro pároco, da Diocese do Algarve (Mexilhoeira Grande), recordava a experiência de outros grupos que, após a peregrinação, quiseram formar Grupos Bíblicos. O Pe. Domingos Costa adverte, no entanto, que é necessário preparar estas peregrinações porque “cada um trás o que leva”. Outro testemunho parte dos cristãos de Zibreira (Torres Novas). O pároco, Pe. António Oliveira Frango lembra o entusiasmo de muitos dos que se cruzam com ele, depois da peregrinação, e afirmam o entusiasmo colocado na leitura da Bíblia e na melhor compreensão “do que o Sr. Padre diz” quando explica as leituras, em cada Eucaristia. Pe. Nuno Miguéis, pároco de S. João das Lampas, em Sintra, que pela primeira vez passou por onde Jesus andou, referiu à ECCLESIA “a oportunidade de voltarmos às raízes da fé e experimentarmos, nos caminhos de Jesus, as alegrias e as tristezas dos que anunciam o Evangelho, de quem quer construir a paz e quer acreditar num mundo diferente, num mundo melhor”. D. Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve, peregrinou também pela primeira vez à Terra Santa, em Novembro último, e para preparar uma Peregrinação Diocesana, no início do Verão. Há 11 anos, a Diocese do Algarve levou à Terra Santa muitos peregrinos e esse foi um acontecimento que deixou marcas em toda a comunidade. Não só pelos dias de peregrinação. Foi sobretudo pela preparação realizada e pela aposta na continuação dessa peregrinação. Para a iniciativa deste ano de 2006, D. Manuel Quintas afirma-se determinado em preparar os peregrinos que se deslocarem à Terra Santa e quer também dar continuidade à experiência de 8 dias da viagem. Pessoalmente, o Bispo do Algarve referia à reportagem da ECCLESIA que a peregrinação à Terra Santa foi uma oportunidade para compreender melhor o que se lê na Bíblia. “Quando tiver de referir certos episódios da vida de Jesus alusivos a lugares geográficos que visitámos, já conheço o contexto”. Experiências a viver por quem se desloca à Terra Santa como peregrino, não como turista. Mas é possível que muitos turistas se transformem em peregrinos.