A Comunidade de Santo Egídio acaba de abrir um novo centro do seu programa de luta contra o HIV/Sida no Malawi, em Blantyre, sul do país. O projecto DREAM para o Malawi, gerido pela com o apoio económico da Banca Intesa e da Fundação Cariplo, quer chegar a cobrir toda a realidade do país, implantando mais centros (uma dezena) que façam referência, para as análises do sangue e a monitorização do tratamento anti-retroviral, a três grandes e sofisticados laboratórios de biologia molecular. No Malawi, a percentagem da população seropositiva está estimada nos 14%. O laboratório de biologia molecular assume uma particular importância: possui uma elevada capacidade de trabalho e será de suporte também para o futuro centro DREAM de Balaka, nas imediações de Blantyre. A abertura do segundo laboratório de biologia molecular permitirá alargar a terapia ant-iretroviral a muitos outros doentes de Sida e iniciar também no sul do Malawi o programa de prevenção da transmissão vertical por HIV. No Malawi, só 2% das mulheres grávidas têm acesso a este serviço e são cerca de 20.000 a 35.000 as crianças que nascem seropositivas todos os anos, precisamente por causa da falta de um tratamento de prevenção. Activo desde 2002, o DREAM (Drug Resource Enhancement against AIDS and Malnutrition) está também presente em Moçambique, no Quénia, na Tanzânia, na Nigéria, na Guiné e na Guiné-Bissau. Até hoje, este programa já envolveu 20.000 pessoas seropositivas, a quem foi dada assistência e ajuda alimentar gratuita. O programa revelou-se um dos programas mais eficazes na prevenção e tratamento do HIV/Sida nos países da África subsaariana. 97% das crianças que nasceram de mães HIV-positivas que beneficiaram do programa nasceram sãs e, depois de terem iniciado a terapia anti-retroviral completa proposta por DREAM, mais de 90% dos adultos vivem bem e estão em condições de recomeçarem a trabalhar e a sustentar a própria família.