Cáritas de Viseu atenta às necessidades da região

Crianças foram à cidade pela primeira vez Durante dois anos a Cáritas Diocesana de Viseu desenvolveu, em quatro freguesias nos arredores da cidade, o Projecto «Comunidade Mais Activa», que na passada sexta feira, 31 de Março, chegou ao fim. Com o objectivo de “actuar junto das bolsas de pobreza e exclusão social”, conforme referiu à Agência ECCLESIA, Fernando Borges, o Presidente da instituição na diocese de Viseu, foram desenvolvidas, nas freguesias de Ranhados, Faíl, Vila Chã de Sá, e S. Salvador, diversas acções. A criação de um observatório social, de redes locais para o desenvolvimento, do núcleo de animação comunitária, saúde e bem-estar, do clube de emprego, de um gabinete psico-social e a dinamização dos agentes de desenvolvimento comunitário, foram iniciativas deste Projecto, agora apresentado em livro e CD. As freguesias envolvidas neste projecto não estão muito distantes da cidade, “cerca de 10 km”, mas, apesar da curta distância, os responsáveis encontraram situações de crianças que nunca tinham estado na cidade de Viseu. São crianças, cujos pais “estão emigrados para trabalhos sazonais, em Espanha e França”, explicou Fernando Borges. Nessas condições, as crianças ficam entregues aos avós, muitas vezes idosos, e por isso há que cuidar delas para não caírem no abandono escolar ou em outros problemas mais complicados, como é o alcoolismo e a droga”, sublinhou. Durante estes dois anos foi desenvolvido um trabalho de proximidade com essas crianças tentando, também, “motivá-las para ir à escola”. No Verão, em tempo de férias, o programa «Verão Mais Activo» levou essas crianças “em risco de pobreza e exclusão social”, até à cidade, com visitas guiadas às instalações da PSP, museus, Sé, etc. Para além das crianças em situação de risco foram detectadas e identificadas outras situações problemáticas que estão registadas no livro de conclusões. “Cada localidade tem pontos fracos e pontos fortes”, salientou Fernando Borges. “No que se refere à habitação, há situações de rendas em atraso, casas degradadas, problemas com o alcoolismo, desemprego de longa de duração, baixo nível de escolaridade, ausência de fontes financeiras”. “Há pessoas que sabem que têm direito ao Abono de Família ou outros apoios mas não os querem, não os procuram”, lamentou. “Por isso nós estivemos no terreno e procurámos ajudar essas pessoas”. Realizado em parceria com Câmara Municipal, Segurança Social, Administração Regional de Saúde, entre outras entidades, o Projecto «Comunidade Mais Activa» sucede a outras iniciativas da Cáritas de Viseu, desenvolvidas neste âmbito, mas, segundo o responsável da instituição, outras estão já programadas. No âmbito do programa PROGRIDE a Cáritas concorreu com um novo projecto que “será a continuação deste”, que agora terminou, “mas envolverá, em vez de quatro, dez freguesias”, concluiu.

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Agência ECCLESIA

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