Saúde/Igreja: «Bem-estar espiritual» reduz ansiedade e depressão

A importância da assistência espiritual nos cuidados de saúde esteve em análise na I Jornada de Espiritualidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve

Foto: Samuel Mendonça, Folha do Domingo

Faro, 28 nov 2019 (Ecclesia) – A investigadora na área da espiritualidade de pessoas com cancro, Helga Martins, afirmou que as pessoas com maiores níveis de bem-estar espiritual têm menores níveis de ansiedade e depressão.

“Está comprovado que a oração tem um papel fundamental na diminuição da angústia espiritual”, explicou a enfermeira do serviço de neurologia na unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, durante a I Jornada de Espiritualidade do CHUA, que refletiu sobre a importância daquela dimensão nos cuidados de saúde.

A especialista deu conta da importância da “espiritualidade” ao nível da “tolerância e controlo da dor”, afirmando que esta dimensão “é utilizada, também, como uma estratégia de ajuste à doença”.

“As pessoas que têm menores níveis de bem-estar espiritual também têm menores níveis de felicidade e maiores níveis de stresse”, sustentou, citada pelo jornal «Folha do Domingo».

No encontro, a enfermeira Cristina Francisco, da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do Agrupamento de Centros de Saúde do Barlavento, lamentou a ideia de que “os cuidados e necessidades espirituais são confinadas aquele grupo de profissionais que lidam com sofrimento extremo da pessoa com a aproximação da morte”.

“Sendo a espiritualidade uma dimensão humana, então ela diz respeito a todos os profissionais de saúde”, deu conta, afirmando a importância de equipas trabalharem o cuidado espiritual dos elementos que as compõem.

“Qual a influência da minha espiritualidade nos cuidados que presto? Faz diferença a minha crença religiosa? Não é para termos respostas. É para nos levar a interpretações e a buscarmos o sentido daquilo que fazemos”, indicou.

Presente na I Jornada, o coordenador de Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa do CHUA deu conta de diferentes respostas que foi possível dar a pacientes, decorrente do exercício da Lei de Liberdade Religiosa vigente nos estabelecimentos hospitalares.

A disposição da cama para uma parturiente muçulmana ou as especificidades da alimentação vegetariana para um paciente sikh foram exemplos partilhados pelo diácono Rogério Egídio, enquanto contributos para a “cura” e para o “cuidado ao doente”.

Perguntar ao paciente, na primeira abordagem durante a triagem, enquadra-se na cura e na “salvaguarda” da liberdade religiosa.

LS

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Agência ECCLESIA

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