Francisco recordou compromisso dos leigos na expansão do Cristianismo, em tempos de perseguição
Cidade do Vaticano, 13 nov 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que nenhum católico pode perseguir os “irmãos” judeus, numa audiência pública que evocou os sofrimentos deste povo, ao longo da história, em particular a “brutalidade” sofrida no século XX.
“Todos estávamos convencidos de que isto estava terminado. Hoje começa a renascer, por aqui e por ali, o costume de perseguir os judeus. Irmãos e irmãs: isto não é nem humano nem cristão. Os judeus são nossos irmãos e não devem ser perseguidos. Entendido?”, declarou, numa intervenção improvisada, na Praça de São Pedro.
A audiência pública semanal recordou as figuras de Áquila e Priscila, que acolheram São Paulo em Corinto (século I); o livro bíblico dos Atos dos Apóstolos relata que o casal se encontrava na cidade grega porque um édito de Cláudio ordenara que todos os judeus se afastassem de Roma.
Francisco elogiou as famílias que arriscam a vida para “acolher os perseguidos”, como aconteceu no tempo de São Paulo, referindo que ainda hoje, em países sem liberdade religiosa, há estas casas, estas famílias, que se tornam um templo para a Eucaristia”.
O Cristianismo, desde o início, foi pregado pelos leigos. Vós, leigos, sois responsáveis, por causa do vosso Batismo, por fazer avançar a fé. Foi o compromisso de tantas famílias, destes esposos, destas comunidades cristãs de fiéis leigos, que ofereceu o húmus para o crescimento da fé”, indicou, citando Bento XVI.
Falando aos recém-casados, presentes na audiência geral das quartas-feiras, o Papa pediu—lhes que transformem “as suas casas em Igrejas domésticas”, vivendo “com fé, esperança e caridade”
Francisco saudou depois os “amigos de língua portuguesa”, em particular os fiéis de Nossa Senhora de Fátima e Santo António, em Lisboa, bem como o grupo de reitores e formadores de Seminários que participam num encontro promovido pela Congregação para o Clero.
“Sentindo-vos objeto da misericórdia e compaixão de Deus, procurai sempre ser humildes e compreensivos para com todos. Sobre vós e vossas comunidades, desça a Bênção do Senhor”, disse.
Um grupo de doentes acompanhou a audiência desde o auditório Paulo VI, por causa da chuva.
No final da audiência, o Papa pediu orações pela sua próxima viagem internacional, à Tailândia e Japão, que se inicia na próxima terça-feira.
“Convido todos a rezar pela minha viagem apostólica à Tailândia e Japão, para que o Senhor conceda aos povos visitados numerosos dons de graça”, concluiu.
OC