D. Nuno Brás explica que «salvação é fruto» do «amor que Deus»
Funchal, Madeira, 09 out 2019 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou esta terça-feira que “não é cada um que se salva a si mesmo”, nem a “sociedade”, falando depois da procissão que levou a imagem do Senhor dos Milagres para igreja matriz de Machico.
“A celebração de hoje é precisamente um dos sinais do amor persistente de Deus, que não se quer distante dos homens e mulheres desta nossa ilha, mas que antes sempre regressa, sempre insiste e sempre bate à porta do nosso coração para nos oferecer a vida”, disse D. Nuno Brás, na sua homilia.
Na informação divulgada pelo ‘Jornal da Madeira’, da Diocese do Funchal, o seu bispo assinalou que “não é a sociedade”, com as suas instituições e organizações, com as suas leis e preceitos, que “pode oferecer a vida feliz e para sempre”.
“Muitas vezes, demasiadas vezes, tentamos salvar-nos a nós mesmos e essas tentativas resultaram apenas em guerras, injustiças e morte, como aconteceu no passado século XX e como continuará a suceder, todas as vezes em que procuramos fabricar, por nós a salvação”, desenvolveu.
D. Nuno Brás explicou que a vontade de Deus resulta “do Seu amor pelo mundo” e pelas pessoas que estavam na celebração, na homilia depois da procissão que levou a imagem do Senhor dos Milagres para igreja matriz de Machico.
O bispo diocesano fez também referências à história em particular à do Senhor dos Milagres, cujo crucifixo foi parar ao mar na sequência de uma aluvião, na noite de 8 para 9 de outubro de 1803 e o facto da galera americana não ter conseguido levar a imagem que encontrou no oceano foi “um sinal de que o Senhor dos Milagres quis e quer ficar”.
“Cristo quis e quer ficar connosco. Ele insiste em estar, em viver no meio de nós povo da Madeira. Ele quer-se connosco, porque também para nós Ele veio ao mundo”, acrescentou.
D. Nuno Brás referiu que é bem diferente “viver sozinho ou ter Deus”, por isso, agradeceu “a Sua presença, a Sua companhia, as graças” e destacou que “não pode ser indiferente esta vontade do Senhor que quer estar” no trabalho, nos divertimentos, “partilhando a vida”.
O jornal diocesano destaca que “milhares de fiéis” participaram na manifestação e religiosidade popular e à “luz dos archotes dos pescadores e das muitas velas” caminharam com o seu bispo, “ao compasso da banda”.
Hoje, as celebrações do Senhor dos Milagres continuam com a Eucaristia que vai ser presidida pelo vigário geral do Funchal, o cónego Fiel de Sousa, pelas 15h00, e de seguida, o Senhor dos Milagres regressa à sua capela, novamente em procissão.
A Diocese do Funchal celebrou hoje também o “Patrocínio de Nossa Senhora do Monte”, “em memória da noite trágica de outubro de 1803 quando uma violenta tempestade atingiu Machico, Santa Cruz e Funchal”, e D. Nuno Brás que presidiu à Missa na Sé.
CB