A Santa Sé elogiou nas Nações Unidas o trabalho da Agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA), pedindo, contudo, que seja dada uma maior atenção aos cristãos, menos de 2% da população palestiniana. O Núncio Apostólico Celestino Migliore falava na 60ª sessão da Assembleia Geral da ONU, sobre a UNRWA, manifestando o apreço da Santa Sé “pelo trabalho da Agência durante estes tempos de desafios significativos”, sem “discriminação ou referência à religião”. Apesar dessa constatação, o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas disse que “somos obrigados, este ano, a alertar para as dificuldades crescentes enfrentadas pelos cristãos que, apesar de pertencerem a uma fé nascida na sua própria terra, são muitas vezes vistos com suspeição pelos seus vizinhos”. “Duplamente discriminados, é pouco surpreendente que este pequeno grupo seja marginalizado”, acrescentou. O Arcebispo Migliore insurgiu-se, em particular, contra os casos de ataques a cristãos na região de Belém, sublinhando que os mesmos “não podem ser suportados”. Outra grande preocupação da delegação católica relaciona-se com a construção do Muro de segurança na Cisjordânia, pelas autoridades israelitas, que a Santa Sé considera “cortar o acesso às terras, fontes de água, emprego, comércio, educação, saúde e liberdade de culto”. “A minha delegação reconhece o direito de todos os povos a viver em paz e segurança, acreditando, contudo, que a Terra Santa precisa mais de pontes do que de muros”, indicou o representante do Papa na ONU. Apelando “ao diálogo e à negociação”, a Santa Sé pediu uma “solução duradoura” para a questão de Jerusalém, “Cidade Santa” para as três grandes religiões monoteístas, com o contributo empenhado da comunidade internacional. “Só com uma paz justa e duradoura – não imposta, mas assegurada através da negociação – poderão ser cumpridas as legítimas aspirações dos povos da Terra Santa”, conclui D. Celestino Migliore.
