O Bispo brasileiro D. Luiz Flávio Cappio pôs um ponto final na greve de fome que tinha iniciado no passado dia 26 de Setembro, como foram de protesto contra o projecto de transvase do Rio São Francisco, o terceiro maior do país. O prelado considerava que o projecto do governo de Lula da Silva era “faraónico” e que apenas iria beneficiar os grandes proprietários. D. Cappio, Bispo de Barra (Bahía) permaneceu 11 dias numa pequena capela de Caprobó, construída por um camponês a 200 metros do São Francisco, e apenas bebia água do Rio. Apesar de ter prometido levar o protesto “até à morte”, se fosse necessário, D. Cappio recuou nesta decisão após ter recebido uma carta de Bento XVI, enviada pela Congregação dos Bispos, em que o Papa pedia que a greve de fome fosse interrompida “para preservar a vida”. Por outro lado, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que o governo chegou a um acordo com D. Luiz Flávio Cappio, o qual prevê o prolongamento do debate para superar as divergências em torno do desvio das águas do São Francisco, a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que vai vincular por 20 anos recursos orçamentais para a recuperação do rio, e um encontro do Bispo com o Presidente Lula da Silva. A juíza Cyntia Lopes, da justiça federal, suspendera a licença prévia para as obras de transvase, devido a uma acção civil apresentada pelos ministérios públicos Estadual e Federal, com o Fórum Permanente em Defesa de São Francisco.