Patriarcado de Lisboa viveu ano dedicado à liturgia e foi responsável por mais de 90 encontros sobre o tema nas várias vigararias
Lisboa, 27 mai 2019 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu este domingo ao Dia Diocesano da Liturgia, que encerrou um ano de trabalho particularmente dedicado a este setor, nas várias comunidades católicas.
“Foi um ano muito intenso, em que o Departamento de Liturgia se desdobrou em formações” para todas as paróquias, assinalou D. Manuel Clemente, em declarações à Agência ECCLESIA.
“A Liturgia é um modo importantíssimo, fundamental, de participação naquilo que nos faz cristãos, que é a vida de Cristo, assim como a Palavra e a Caridade”, acrescentou.
A igreja da Boa Nova, no Estoril, recebeu a celebração, preparada pelo Departamento da Liturgia, com 13 ateliers dedicados ao tema.
D. Manuel Clemente dá conta da “receção sistemática da constituição sinodal de Lisboa”, publicada em 2016, procurando concretizar os “70 números aprovados”, que importa “ativar”.
“Tudo isto faz crescer a consciência de que a liturgia é um modo fundamental de participação, do que nos faz cristãos. Assim como a palavra, a que dedicamos o ano anterior, mas também a caridade que depois se concretiza e vai ser objeto do próximo ano”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa.
O responsável destacou a participação no Dia diocesano de paróquias de todos os locais do patriarcado: “Temos aqui pessoas que chegam do norte, sul, leste e oeste da diocese – Alcobaça a Lisboa, Azambuja ao Atlântico. Estão aqui pessoas de todas estas comunidades, muitas participaram em ações de formação litúrgica ao longo do ano, aqui se encontram, conhecem e reconhecem e ganham sentido de Igreja, que é isso que somos”.
Já o diretor do departamento de liturgia do Patriarcado de Lisboa disse que o resultado do investimento da formação do último ano nesta área vai depender “do empenho de todos”, leigos e sacerdotes, e da criação de “comunidades vivas”.
“Temos de criar uma consciência de Igreja: o problema é que muitos cristãos não têm conhecimento que são Igreja, sentem-se de fora, mas são-no pelo batismo. É preciso construir comunidades vivas que percebem que têm um pastor à sua frente, e esse pastor, em comunhão com toda a comunidade, com os padres, o povo de Deus, vai discernindo caminhos e aponta-os a todos nós”, afirmou à Agência ECCLESIA o cónego Luís Manuel Silva, no final do Dia Diocesano dedicado à Liturgia, tema que conduz o ano pastoral.
Desde outubro que uma equipa formadora percorreu o patriarcado onde, em cinco encontros por cada vigararia, abordou vários temas desta área pastoral.
O responsável dá conta de mais de 90 encontros, alguns com “500 participantes”, outros com uma participação média de “100 pessoas”, como foi o caso das paróquias da “baixa da cidade, que tendo em conta o despovoamento, foi um bom número”.
Apesar da “grande adesão”, que o cónego Luís Manuel indica estar em “linha direta” com o empenho “dos pastores das paróquias”, lamenta a falta de participação que encontrou nalguns locais.
“Não podemos escamotear, tivemos paróquias onde não foi anunciado, onde se viu um grande desinteresse a começar pelo seu pastor”, indica.
Para o cónego Luís Manuel, a par das “sementes” lançadas, o departamento aguarda o resultado de um inquérito que realizou.
“As pessoas querem que isto continue ou na área da liturgia ou de outras, que continue o esforço de formação, de celebração comunitária”, informa.
Durante o Dia Diocesano da Liturgia foram instituídos, na Eucaristia final, Ministros Extraordinários da Comunhão e Ministros Extraordinários das Exéquias, provenientes de diferentes paróquias do Patriarcado.
LS/OC