Esperança no futuro

LOC/MTC

Acabámos de comemorar com alegria o 45º aniversário do 25 de Abril de 1974 que é o acontecimento maior da história portuguesa contemporânea, pelas conquistas alcançadas para o povo português, pela liberdade e democracia que foram instituídas, pelo desenvolvimento económico e social do país e pela melhoria de vida de grande parte da população portuguesa, principalmente da mais desfavorecida.

Não podemos esquecer que para além de se alcançar a paz, a liberdade e a democracia, a vida da população portuguesa, principalmente a mais desfavorecida, melhorou muito com a revolução do 25 de Abril de 1974. Basta lembrar que logo em 1975 foi instituído o salário mínimo nacional que triplicou os salários da esmagadora maioria dos trabalhadores; que o ensino foi alargado a todos, tendo terminado com o analfabetismo que atingia cerca de 50% da população; que foi criado o Serviço Nacional de Saúde para toda a população que em poucos anos colocou Portugal como 12º país no mundo, com melhores condições de saúde, e num dos primeiros países do mundo, com menor mortalidade infantil.

É bom continuar a lembrar essa data, que derrubou a ditadura em que vivíamos, nos trouxe a liberdade, aboliu a censura, acabou com a PIDE, com os presos políticos e com a guerra colonial, instaurou a democracia, fez-nos viver muitos sonhos e realizar alguns anseios com conquistas e transformações na nossa sociedade, muitas das quais ainda hoje perduram.

Tudo isto aconteceu com entusiasmo e alegria, de forma pacífica, sem violências, envolvendo o povo com as Forças Armadas o que denominou esta ação libertadora como “Revolução dos Cravos”. Os seus autores que ficaram conhecidos por “Capitães de Abril”, pela sua generosidade, coragem e clemência demonstrada no derrube da ditadura e pelo seu desapego ao poder, devolveram, cumprindo as suas promessas, o poder à população civil, através de eleições livres e democráticas.

Daí resultou a liberdade e a aprovação de uma nova Constituição da Republica Portuguesa, que ainda é garante dos valores e princípios de Abril e consagra o direito à liberdade, à democracia e à igualdade, afirmando no seu artigo 1º: “Portugal é uma república soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular, empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.

A LOC/MTC que permaneceu cerca de 40 anos em ditadura, viveu em Abril de 1974, tempos de esperança pela realização de uma sociedade nova através de um processo libertador e criativo como nos revela um comunicado conjunto da JOC/JOCF e da LOC/LOCF, publicado no 1º de Maio de 1974, sobre o momento que se vivia nessa altura no país, de que referimos um pequeno extrato: “ O Povo português vive desde o passado dia 25 de Abril acontecimentos que marcam certamente o início de uma nova etapa da sua história. Depois de quarenta e oito anos de ditadura repressiva, abrem-se a todos nós horizontes novos onde se anunciam as condições essenciais para que sejamos os autores da nossa libertação e os construtores do nosso futuro”.

Infelizmente muitas conquistas essenciais conseguidas têm vindo a ser postas em causa em permanente cedência ao capital, ao poder económico e às políticas de retrocesso da Europa, pelo que é tempo de olhar em frente e caminhar em busca de uma sociedade mais justa, mantendo vivos os valores de Abril para que estes se projetem, consolidem e desenvolvam.

O futuro tem que ser de esperança, novos desafios têm de ser ultrapassados e novos projetos sociais irão surgir para serem concretizados. Afirmar Abril passa hoje por salientar que sem os valores de Abril não há saída de progresso e justiça social para Portugal.

O 1º de Maio que se aproxima é outra data muito importante para os trabalhadores, pois é reconhecido, em democracia, desde 1889, como Dia Internacional dos Trabalhadores, para comemorar e dar força às lutas por melhores condições de vida e de trabalho, nas quais muitos perderam a vida. Também infelizmente no mundo do trabalho, para além das situações de injustiça e de falta de dignidade e de humanização que conhecemos, de perto, e podemos ver todos os dias, existem por todo o mundo situações de trabalho muito próximas da escravatura que mais justificam lembrar e continuar essas lutas.

Comemorar o 25 de Abril e o 1º de Maio é mostrar vontade e capacidade de lutar pela mudança e pelo desenvolvimento social e económico da população do nosso país e também da Europa e do Mundo.

 

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Agência ECCLESIA

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