D. Manuel Linda adverte para consequências da perda de sentido humanista e da herança cristã
Porto, 21 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo do Porto alertou hoje, na Sé da diocese, para o que classificou como “novo esclavagismo” laboral, defendendo o fim do trabalho ao domingo, em defesa da vida familiar.
“Pensemos no novo esclavagismo da laboração contínua, legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos. Pensemos como os critérios dos turnos, em setores onde, para além da ganância, nada os justifica”, declarou D. Manuel Linda, na homilia da Missa a que presidiu, na solenidade da Páscoa.
O responsável católico alertou para os “graves transtornos psicológicos do trabalhador e do fracionamento dos encontros familiares” que está situação provoca, falando na “morte do domingo”.
“O mesmo se diga da abertura dos supermercados e dos centros comerciais ao domingo, expressão de um certo subdesenvolvimento humano e mesmo económico. Os países mais ricos não abrem supermercados ao domingo”, advertiu.
Para o bispo do Porto, todas estas situações são sinais de uma “civilização fria, sem alma, individualista”, muitas vezes “de base materialista e hedonista, perdendo as marcas da herança cristã e da “cultura ocidental humanista”.
“Caro cristãos, convoco-vos para esta tarefa urgente de trazer nova alma à nossa cultura mediante a inserção nela da crença profunda na ressurreição. Dizei-o a todos e vivei-a convictamente a partir da proximidade amorosa com o Senhor Jesus”, apelou D. Manuel Linda aos participantes.
A Páscoa assinala a ressurreição de Jesus e é a festa mais importante do calendário litúrgico da Igreja Católica.
OC