A primeira pedra para a musealização das ruínas de São Martinho de Dume, na Freguesia de Dume, em Braga, está agendada para o próximo Domingo, dia 14 de Agosto, às 11h30. E a data da inauguração já está marcada para 6 de Agosto de 2006, dia da festa de São Martinho. Para o lançamento da obra, considerada importante para o turismo cultural em Braga, estão convidadas todas as personalidades e entidades que de uma forma ou outra estão ligadas ao projecto. Assim, no próximo domingo, além do anfitrião, Constantino Caldas, presidente da Junta de freguesia de Dume, estão confirmadas as presenças de D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga; de um representante do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPAAR), de Luís Fontes, da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho; do presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado e a sua vereação; da directora do Museu D. Diogo de Sousa, Isabel Silva, entre outras entidades. Desta vez, ao contrário do que normalmente acontece, a primeira pedra vai estar isolada por pouco tempo, tendo em conta que as obras vão ter início já na próxima terça feira, dia 16 de Agosto, soube o Diário do Minho junto do presidente da Junta de freguesia de Dume. Assim, quase 25 anos depois, o projecto tem luz verde do IPAAR, os terrenos estão desbloqueados e tudo está apostos para o arranque de uma obra que visa, acima de tudo, conservação e valorização e dinamização de um património histórico e monumental de grande relevância. A empresa construtora da obra vai ser conhecida hoje. As propostas vão ser abertas durante o dia de hoje e a obra será adjudicada à construtora que apresentar melhores condições. Esta obra não exigia concurso público e como tal não foi feito. Assim, a empreitada será entregue a uma das cinco empresas convidadas. Em declarações ao Diário do Minho, Constantino Caldas voltou a reafirmar a importância do projecto para o concelho de Braga, principalmente para a freguesia de Dume. «A cerimónia de lançamento da primeira pedra vai ter a pompa que a importância da obra exige. Trata-se de um projecto emblemático para a freguesia, que pode criar uma nova centralidade no concelho de Braga», explicou. Túmulo de S. Martinho em edifício novo O projecto de musealização das ruínas de São Martinho é bastante abrangente, mas a parte mais importante é sem dúvida a construção, junto da igreja paroquial da freguesia, de um edifício novo para acolher o túmulo do antigo arcebispo de Braga. Será um espaço construído com especiais condições de climatização, iluminação e de segurança, respeitando todas as exigências de um espólio com estas características. De facto, o epicentro de todo o projecto é São Martinho de Dume, mas a obra visa a criação de um centro interpretativo da arquitectura e arte cristã, envolvendo uma vasta área de interesse patrimonial. Assim, debaixo das edificações estará uma galeria de cerca de dois mil e quinhentos metros quadrados, interligando as várias secções das ruínas romanas, com destaque para um balneário romano e a Basílica do santo, considerado um dos mais antigos mosteiros construídos no ocidente. Estas duas estruturas estão classificadas como Património Nacional. O adro e toda a envolvência da igreja paroquial vão ser intervencionados e vai ser colocado um busto de São Martinho. As obras estão avaliadas em cerca de dois milhões e quinhentos mil de euros. A juntar a esse projecto, está um outro que visa a reconversão da casa da Quinta da D. Rita, transformando- a num museu etnográfico, juntando assim, todo o espólio já existente e tudo aquilo que pode vir a ser encontrado nos trabalhos de prospecção. Recorde-se que os especialistas consideram Dume, um centro por excelência da arquitectura cristã antiga, pelo que merece toda a atenção.
