Iniciativa envolve comunidade – alunos, professores, pais – em caminhada para a Páscoa
Angra do Heroísmo, Açores, 30 mar 2019 (Ecclesia) – O Serviço Diocesano da Pastoral Escolar de Angra promove uma romaria, entre a Escola das Laranjeiras e a igreja da Ribeirinha, na Ouvidoria da Ribeira Grande na ilha de São Miguel, a partir das 06h00 de hoje.
“É uma tradição com cerca de 500 anos, e é nosso dever enquanto escola manter viva essa chama. Os alunos, a malta nova, desde cedo começa a ver na romaria uma identificação cultural e na sociedade e com a família”, disse o professor Bento Aguiar à Agência ECCLESIA.
O docente, membro do Serviço Diocesano da Pastoral Escolar, explica que enquanto escola têm o papel de “incentivar” e realça que, mesmo sendo “só um dia”, “fica uma marca e alguma semente” para quando existir oportunidade participem numa “romaria de uma semana como os outros adultos”.
A Romaria Escolar destina-se a alunos, auxiliares de educação professores e pais que queiram fazer a sua caminhada penitencial neste período da Quaresma.
As inscrições já encerraram, mas há “sempre gente que desiste e outros aparecem quase de surpresa”, pelo que têm sido “à volta de 100 romeiros”.
“É uma parte popular e a religiosidade é sempre mais vincada porque também tem o caráter emocional, afetivo e ligação às raízes”, sublinha o professor Bento Aguiar.
‘Respeitar a tradição… Caminhar na luz’ é o tema da 18.ª romaria que o Serviço Diocesano da Pastoral Escolar promove também com objetivos de pensar a escola como “um lugar de desafios pessoais” e realizar uma caminhada de “procura e afirmação de fé”, num “espaço de reflexão e comunicação”.
O entrevistado adianta que congregar os alunos das escolas todas da Ilha de são Miguel, 19 unidades orgânicas, “seria muito complicado a nível de logística e segurança” na estrada, por isso, a “motivação é feita a nível de escola e também por concelhos.
O Serviço Diocesano da Pastoral Escolar e os colaboradores fazem “a grande romaria escolar” em Ponta Delgada e depois as escolas dos concelhos mais distantes, como Nordeste, Povoação e Vila Franca, organizam-se e fazem a sua romaria “com a ideia de ser no mesmo dia”, com percurso menor, adequado ao espaço geográfico, “mas mantendo a mesma linha”, isto é, convidando romeiros para “coordenar as orações, as entradas e saídas das igrejas” e “manter vivo esse espírito do verdadeiro romeiro”.
Na Ouvidoria da Ribeira Grande, entre a Escola das Laranjeiras e a igreja da Ribeirinha, segundo o programa vão fazer um “total de 25km”, a partir das 06h00, e terminam às 18h00, já depois da Eucaristia, na igreja da Ribeirinha.
“A nossa ideia final é que todas as romarias terminem com a Eucaristia. As regras são simples, um percurso com momentos de reflexão, visitando as igrejas, sobretudo de culto mariano, a oração principal é Ave-Maria”, acrescentou.
O professor Bento Aguiar adiantou que têm “três grandes momentos” de intervenção “indireta a nível de religião e de fé”: As Romarias, o culto ao Espírito Santo, depois da Páscoa, e as festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
“A Igreja percorre os caminhos da quaresma de olhar fixo em Cristo e na Sua Páscoa para poder renovar-se, despojar-se e viver em profundidade o amor a Deus e aos irmãos”, escreveu o bispo diocesano, D. João Lavrador, na sua mensagem para este tempo litúrgico, de 40 dias, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, este ano dia 21 de abril.
CB/OC