Bispos da Bolívia defendem eleições antecipadas

Os Bispos da Bolívia manifestaram-se a favor da convocação de eleições legislativas antecipadas como forma de ajudar o país a sair do caos político em que se encontra. Em comunicado, a Conferência Episcopal Boliviana (CEB) precisa que a opinião da maioria das pessoas que consultou, no processe de mediação da crise, é de que “é necessário regressar às urnas para poder encontrar um novo equilíbrio político e democrático”. Hoje o Parlamento (Congresso) deverá reunir-se para apreciar a demissão do presidente Carlos Mesa e a CEB pede que os deputados “encontrem soluções conformes com a legislação em vigor, tendo em conta a vontade da população e o bem-estar da nação”. Devido ao ambiente de tensão que se vive na capital La Paz, o parlamento não se reuniu terça-feira para validar a demissão de Mesa e designar um sucessor, nem para escolher uma data para eventuais eleições gerais antecipadas. Dezenas de milhares de pessoas, segundo os organizadores, manifestaram-se terça-feira no centro de La Paz para reclamar a nacionalização dos hidrocarbonetos. Estas explosões são as últimas manifestações de descontentamento da população indígena, vinda desde a região andina de EL Alto. A Bolívia está mergulhada, há meses numa grave crise social por causa da exploração dos hidrocarbonetos, que ameaça provocar uma nova onda de violência e uma grave divisão no país, à beira da guerra civil. Há mais de duas semanas que o país está praticamente parado por causa dos protestos e manifestações, que incluem bloqueios de estradas. Os protestos exigem a nacionalização dos hidrocarbonetos, a convocação de uma Assembleia Constituinte e um referendo sobre autonomias para as regiões. Ontem, o Comité Permanente da Conferência Episcopal do Chile emitiu uma declaração pública na qual se solidariza com o povo boliviano ao expressar s sua “mais viva preocupação e proximidade pelos graves acontecimentos que afectam a República irmã da Bolívia”. No documento, os prelados exortam os fiéis da Igreja “a orar com especial insistência, a fim de que os nossos irmãos bolivianos possam encontrar uma solução justa, pacífica e constitucional para os seus problemas, tendo sempre como prioridade a situação dos mais pobres e marginalizados”.

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