Deficientes esperam uma luz da sociedade

A sociedade portuguesa, com a “competitividade que tem, lida mal com as pessoas que têm dificuldades” e “rejeita-as mesmo” – disse à Agência ECCLESIA Alice Cabral, coordenadora nacional do movimento Fé e Luz. Organismo que teve, de 29 de Abril a 1 de Maio, um retiro, em Fátima, sobre “Todos somos chamados a ser comunidade”. Este foi orientado por Jean Vanier, fundador da ARCA e do Movimento Fé e Luz. Os progressos existem mas são insuficientes. E aponta. “mais estruturas e uma preocupação de integrar algumas pessoas”. De uma maneira geral, as pessoas rejeitam porque “quando existe um diagnóstico durante gravidez há uma evidência social de que deve ser feito um aborto”. Um sintoma de rejeição. Após o Ano Europeu da Pessoa com Deficiência, em 2003, Alice Cabral não notou “melhorias substanciais”. As mentalidades “alteraram-se muito pouco” – e realça – “vê-se pelos sintomas mais físicos”. Um decreto obrigava todos os serviços públicos a adaptaram-se ou garantindo “outras acessibilidades”. E avança: “ninguém fez nada” em prol das pessoas com deficiência. “A sociedade faz o possível por ignorar os nossos filhos e as nossas necessidades” – acusa Alice Cabral “As famílias de pessoas com deficiência mental precisam do amparo dos que as rodeiam. Esta vida foi confiada aos pais, mas também à sociedade no seu todo, que precisa de a ajudar a manter a esperança e a força para enfrentar o dia a dia, com a certeza de que esta é uma vida com valor” refere. Segundo esta responsável, há pouca vontade para ouvir, perceber e acolher as pessoas com deficiência. “O que sentimos, no dia-a-dia, é o que presidiu ao Ano Europeu da Pessoa com deficiência, isto é, a constatação de que elas são invisíveis” – assegura. Actualmente, o movimento Fé e Luz tem 11 comunidades reconhecidas e três em fase embrionária em Portugal e pretende dar força “às pessoas” e “criar uma rede de amizade”. Uma relação de proximidade das famílias que precisam de apoio.

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