Francisco evoca homenagens às vítimas dos regimes totalitários na Lituânia, Letónia e Estónia
Cidade do Vaticano, 26 set 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco condenou hoje a “crueldade humana”, ao evocar as homenagens às vítimas dos regimes totalitários na Lituânia, Letónia e Estónia, durante a sua visita de quatro dias ao Báltico.
“É impressionante ver até onde pode chegar a crueldade humana. Vamos pensar sobre isso”, pediu aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
Francisco recordou que em Vilnius prestou homenagem às vítimas do genocídio judaico “75 anos depois do encerramento do grande gueto, que era antecâmara de morte para dezenas de milhares de judeus”.
“Ao mesmo tempo, visitei o Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade: parei em oração nos quartos onde os opositores do regime foram detidos, torturados e mortos. Matavam mais ou menos quarenta pessoas por noite”, acrescentou.
O Papa falou ainda dos mártires católicos e do “grande testemunho que deram e ainda dão tantos padres, religiosos e religiosas idosos, que sofreram calúnias, prisões e deportações”.
A 24ª viagem internacional do pontificado decorreu entre sábado e terça-feira, no centenário da independência da Lituânia, Letónia e Estónia, que passaram décadas do último século sob a ocupação de nazis e soviéticos.
A visita concluiu-se em Riga, capital de um dos países menos religiosos do mundo, onde Francisco elogiou o trabalho social da comunidade católica, com apenas 6 mil pessoas.
“Sinal vivo do Evangelho é sempre a caridade concreta. Mesmo nos lugares onde a secularização é mais forte, Deus fala com a linguagem do amor, do cuidado, do serviço gratuito a quem necessita. Então, os corações abrem-se e acontecem milagres: nos desertos, germina vida nova”, declarou hoje no Vaticano.
No final da audiência geral, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa.
“Unidos na oração pelo próximo Sínodo dos Bispos sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional, faço votos de que a vossa peregrinação a Roma fortaleça, no amor divino, os vínculos de cada um com a sua família, com a comunidade eclesial e com a sociedade. Que Nossa Senhora vos acompanhe e proteja”, disse.
OC
Viagem do Papa aos países bálticos