Setúbal: D. Manuel Martins deixou legado de atenção ao próximo, diz atual bispo diocesano (c/vídeo)

Comunidade sadina vai assinalar aniversário da morte do seu primeiro bispo, a 24 de setembro

Setúbal, 23 set 2018 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal afirma que é um “dever de fidelidade” manter viva a memória do primeiro responsável diocesano, D. Manuel Martins que faleceu há um ano, realçando que a sociedade continua a pedir ajuda à Igreja Católica.

“D. Manuel Martins tem um perfil que ajuda verdadeiramente a atitudes; ele não dá receitas, dá atitudes para vivermos e sermos capazes de ir acudindo às necessidades que vão mudando sempre”, disse D. José Ornelas à Agência ECCLESIA.

O terceiro bispo de Setúbal destaca que na diocese existe “uma memória que está por todo o lado”, tornando “incontornável” a figura de D. Manuel Martins, a “primeira pedra” desta Igreja local.

“Compete-nos, não é dever de etiqueta mas de fidelidade a esta Igreja, manter viva esta memória, desenvolvê-la, não como receita, não como cartaz de propaganda, mas com atitudes verdadeiramente eclesiais e sociais”, desenvolveu D. José Ornelas, à margem da sessão de homenagem ao primeiro bispo sadino promovida pela Fundação Inatel.

Como no tempo do primeiro bispo de Setúbal, diocese criada em 1975, hoje são nas “situações de necessidade social” que a ajuda da Igreja Católica é mais urgente.

Segundo D. José Ornelas, continuam a existir “problemas radicais, sérios”, como “o desemprego, o problema da fome”, sendo muitas as pessoas que “acorrem aos cestos solidários, às cantinas solidárias”, os que recorrem a “cuidados de saúde solidários porque não têm acesso a cuidados de saúde convenientes”.

“Outro facto concreto aqui e daqui para o Alentejo, é o tratamento dos emigrantes, para os quais não basta acolher e dizer que somos país de acolhimento”, alerta, realçando que é preciso receber “dignamente e dar dignidade a estas pessoas”.

“O nosso futuro nacional tem de estar ligado ao modo como vamos acolher, integrar e promover estas pessoas, não simplesmente inserindo-as, mas dando-lhes capacidade de se inserirem validamente na sociedade, seja no mercado do trabalho, cultural, seja no relacionamento que temos uns com os outros”, acrescenta o bispo de Setúbal.

O responsável entende que hoje são precisas “soluções muito diferentes, muito mais exigentes” para acudir às “necessidades das pessoas”.

“É importante que sejamos capazes de crescer do ponto de vista profissional, do ponto de vista da competência, do associativismo, mas ai de nós se não tivermos a paixão e a solução que D. Manuel Martins colocou nestas questões”, desenvolveu.

O bispo sadino sustenta que os sinais concretos do Evangelho começam por ser “atender ao homem na sua capacidade de viver com dignidade, com esperança”.

A Diocese de Setúbal vai evocar o primeiro aniversário da morte de D. Manuel da Silva Martins, o seu primeiro (1975-1998), com a celebração de uma Eucaristia, às 18h30, da próxima segunda-feira, na Sé sadina.

D. José Ornelas afirma que “o cristão é uma pessoa de memória” na mensagem onde convida a diocese à participação na celebração de “ação de graças e sufrágio”.

D. Manuel da Silva Martins nasceu 20 de janeiro de 1927, em Matosinhos, Leça do Balio; faleceu a 24 de setembro de 2017, na Maia.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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