Encontro privado entre Francisco e representantes norte-americanos decorreu no Vaticano
Cidade do Vaticano, 13 set 2018 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje no Vaticano o cardeal Daniel DiNardo, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos da América (USCCB), juntamente com o cardeal Sean Patrick O’Malley, presidente da Comissão Pontifícia para a Tutela dos Menores.
O encontro abordou, de acordo com comunicado do arcebispo de Galveston-Houston e presidente da USCCB, a “recente crise moral na Igreja Católica” nos EUA, afetada por vários casos de abusos sexuais de menores.
“Estamos gratos ao Santo Padre por nos ter recebido em audiência. Partilhamos com o Papa Francisco a nossa situação nos Estados Unidos, como o corpo de Cristo é dilacerado pelo mal do abuso sexual”, assinalou o cardeal DiNardo.
“Foi um encontro longo, frutuoso e um bom intercâmbio”, refere.
O presidente da USCCB explica que os participantes no encontro rezaram para que a misericórdia de Deus ajuda a “curar as feridas”.
“Ansiamos por continuar ativamente o nosso discernimento conjunto para identificar os próximos passos mais eficazes”, conclui o comunicado oficial.
O Papa convocou esta quarta-feira os presidentes de todas as Conferências Episcopais do mundo para um encontro no Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, para abordar a questão da prevenção de abusos sobre menores e adultos vulneráveis.
Francisco tem recusado comentar as acusações de quem pede a sua renúncia, na sequência de uma carta divulgada pelo núncio apostólico Carlo Maria Viganò, segundo o qual teria protegido o arcebispo emérito de Washington, o ex-cardeal McCarrick.
O pontífice repetiu a necessidade de “tolerância zero” para os casos de abusos sexuais e o seu encobrimento, tendo criado a CPTM, que reúne especialistas e vítimas, além de pedir às conferências episcopais que promovam uma melhor formação para os sacerdotes e implementem diretivas para evitar que estas situações se repitam.
A 20 de agosto, o Papa reagiu com uma carta às recentes crises provocadas pelos casos de abusos sexuais nos EUA e noutros países, reafirmando o compromisso de responsabilização de quem cometeu ou ocultou tais crimes.
“A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade”, pode ler-se.
OC