D. Manuel Clemente reforça mensagem transmitida em carta às comunidades católicas
Évora, 03 set 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que o Papa Francisco “merece todo o apoio pela coragem” que tem manifestado em resolver as situações de abusos da Igreja Católica, nomeadamente de abusos sexuais.
“É um grande mal que precisa de ser definitivamente debelado. O Papa Francisco merece todo o nosso apoio pela coragem com que tem vindo a fazê-lo, com que tem assumido a situação, que é a primeira base para depois se resolver”, disse à Agência ECCLESIA D. Manuel Clemente, este domingo.
“Nós estamos com ele exatamente nesse caminho”, acrescentou, em declarações à margem da cerimónia de tomada de posse do novo arcebispo de Évora.
O cardeal-patriarca de Lisboa escreveu uma carta à diocese, por ocasião do início do ano pastoral 2018-2019, onde pediu aos diocesanos “comunhão profunda e orante com o Santo Padre, que com tanta coragem e lucidez guia a Igreja neste momento de purificação espiritual e prática.”
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou que os abusos sexuais são “um grande mal” que se tem de resolver “com uma grande e firme decisão e atenção, como, felizmente, vai acontecendo”.
A temática dos abusos sexuais marcou de forma particular a recente viagem apostólica internacional do Papa à Irlanda, entre 25 e 26 de agosto, onde participou nos Encontro Mundial de Famílias.
D. Manuel Clemente contextualizou que “todas as notícias” que foram conhecidas recentemente sobre abusos sexuais, “concretamente dos Estados Unidos da América”, referiram que desde “há uns 15, quase 20 anos, os casos têm sido mais atacados, reduzidos, e isso é que importa”.
“Sabemos que é um problema global porque na sociedade há muita coisa para resolver e muita dessa sociedade está na Igreja e os males, assim como os bens, vêm dessa mesma base”, desenvolveu, referindo que precisam de ser resolvidos “na educação, nas famílias, nas escolas, nas pedagogias, na responsabilidade”, na atenção que se deve ter “a tudo e a todos”.
O cardeal-patriarca destacou ainda que o pedido de “comunhão profunda e orante” com o Papa Francisco à Diocese de Lisboa tem “muito significado” uma vez que a sua carta é sobre a Liturgia, no âmbito do programa pastoral para o ano 2018/2019.
“Não podemos esquecer que o momento principal da liturgia, que é a Oração Eucarística, pedimos sempre pelo nosso Papa Francisco e, por isso, é bom lembrar neste momento, como em todos os momentos, o façamos com particular intensão”, desenvolveu.
No novo ano 2018/2019, às comunidades e aos seus responsáveis é pedido que tenham “mais atenção à liturgia” que é “grande parte” da atuação pastoral.
“No fundo, o que é a atuação pastoral senão catequisarmos, evangelizarmos, reunirmos o povo de Deus e sempre com aquela referência do encontro dominical, sobretudo, da Eucaristia”, observou o cardeal-patriarca de Lisboa.
CB/OC