Francisco presidiu a Missa e procissão do Corpo de Deus no litoral romano
Ostia, Itália, 03 jun 2018 (Ecclesia) – O Papa visitou hoje uma região do litoral romano dominada pela Mafia, onde deixou uma mensagem contra a ilegalidade e a “omertà”, o código de silêncio que defende os criminosos das autoridades.
“Jesus deseja que os muros da indiferença e da ‘omertá’ sejam derrubados, que as amarras dos abusos e intimidações tenham sido removidas, que os caminhos da justiça, da decência e da legalidade tenham sido abertos”, disse, na homilia da Missa a que presidiu da Paróquia de Santa Mónica.
Francisco celebrou este ano a Solenidade do Corpo de Deus na zona de Ostia, arredores da capital italiana, em vez da tradicional cerimónia na Basílica de São João de Latrão; há 50 anos, o Papa Paulo VI celebrou na mesma localidade.
“Experimentastes situações dolorosas e o Senhor quer estar próximo de vós”, declarou.
A homilia evocou as pessoas privadas dum lugar decente para viver e do alimento para comer.
“Todos conhecemos pessoas sozinhas, atribuladas, necessitadas: são sacrários abandonados. Nós, que recebemos de Jesus alimentação e morada, estamos aqui para preparar um lugar e o alimento para estes irmãos mais frágeis”, declarou o pontífice.
Milhares de fiéis das oito paróquias do litoral romano reuniram-se em volta do Papa, que convidou todos a viver “eucaristicamente”.
“[A Eucaristia] é o pão do futuro, que já agora nos faz saborear um futuro infinitamente maior do que as mais risonhas expectativas. É o pão que sacia os nossos maiores anseios e nutre os nossos mais belos sonhos. Numa palavra, é o penhor da vida eterna, isto é, uma antecipação concreta daquilo que nos será concedido. A Eucaristia é a marcação, a «reserva» do paraíso”.
Depois da Missa, o Papa Francisco presidiu à procissão com o Santíssimo Sacramento, percorrendo uma distância de 1200 metros nas ruas da localidade na costa romana.
A procissão concluiu-se na rua da Martinica, perto da Paróquia de Nossa Senhora de Bonaria, onde o Papa concedeu a bênção eucarística.
Em 2017, o Papa presidiu pela primeira vez à Missa e procissão da solenidade do Corpo de Deus num domingo, seguindo o calendário litúrgico da Igreja Católica na Itália.
O dia do Corpo de Deus (solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no calendário católico) é um feriado móvel em Portugal e em várias outras nações, celebrado sempre a uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa; nos países onde a data não é feriado, como acontece na Itália, celebra-se no domingo seguinte.
OC