Lusofonias: ‘Fake news’, nunca mais!

Tony Neves

Ascensão rima, na Igreja católica, com comunicação social. Este ano, o Papa Francisco, na mensagem para este dia mundial, atacou de cernelha as ‘fake news’, expressão inglesa que traduz as ‘falsas notícias’ que circulam por aí e fazem mossa na vida de muita gente, com consequências desastrosas para muitos povos, por esse mundo além, sobretudo os que não têm vez nem voz.

Estas ‘notícias falsas’ são inventadas ao serviço de interesses ideológicos, económicos ou políticos. É triste e doloroso porque são muitas as vítimas destas mentiras que matam.

A história recente apresenta muitas invenções de notícias de efeitos dramáticos, obrigando governos, instituições e pessoas particulares a não aceitar, de forma acrítica, tudo o que circula nos meios de comunicação social e nos discursos de quantos querem fazer vingar ideias e proteger interesses.

Tudo o que é falso perverte e não constrói história verdadeira. O Papa, neste Dia Mundial das Comunicações Sociais, sentiu-se na urgência de lançar um aviso à navegação mediática, exigindo mais coerência e transparência no que se comunica e nos objetivos que se querem atingir com o que se publica.

O Evangelho é uma ‘boa notícia’, assim diz a tradução literal desta palavra de origem grega. Por isso, o cristão não pode nem deve querer dizer mais nada para além de contar coisas boas que abrem perspetivas de futuro e constroem vidas e sociedades marcadas pelos valores do Reino de Deus: a justiça, a paz, o amor e a alegria!

Na sua forma direta e objetiva de dizer o que tem a dizer, o Papa convoca também os cristãos e o mundo para um combate sem tréguas à bisbilhotice. A ‘má língua’ é demolidora na destruição de relações sadias entre as pessoas.

Para os jornalistas, vai um apelo papal: ‘no meio do frenesim das notícias e na voragem dos ‘furos’, ele tem o dever de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a audiência, mas as pessoas. Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas’.

Enfim, a verdade liberta e constrói, mesmo quando dói ouvi-la ou lê-la! A mentira, essa, mata sempre, mesmo quando parece doce e se disfarça de fruto apetecido. Por isso, contra as ‘fake news’, marchar, marchar!

 

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Agência ECCLESIA

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