A Conferencia Episcopal Venezuelana (CEV) criou um centro de acolhimento para as vítimas das inundações que afectam o país, tendo provocado dezenas de mortos e milhares de desalojados. Perante a situação de alerta nacional em que a Venezuela se encontra nos últimos dias, a CEV disponibilizou a sua sede em Caracas, a fim de que a Cáritas local montasse um centro de acolhimento para as pessoas afectadas pelas chuvas torrenciais, que já bateram o máximo histórico no país. A Directora da Cáritas de Venezuela, Janeth Márquez, revelou ainda que o organismo está a prestar apoios semelhantes em todo o país, prevendo ainda “novas chuvas torrenciais, de igual ou maior intensidade”. D. Roberto Lückert, presidente da Comissão episcopal para a Pastoral Social, assinalou em comunicado que “a Igreja Católica, por meio das Cáritas organizadas no território nacional, trabalha na assistência aos afectados”. Além dos centros de acolhimento, foi criada uma conta bancária para acolher os donativos destinados à ajuda humanitária para estas populações. O governo venezuelano já disponibilizou 12 helicópteros militares e 13 barcos-patrulha para retirar milhares de pessoas apanhadas pelas inundações. Na zona montanhosa da costa no estado de Vargas, onde se concentram boa parte dos emigrantes portugueses no país, foram resgatadas cerca de 3000 pessoas. Esta não é a primeira vez que esta região enfrenta uma catástrofe deste género. No final de 1999, a Venezuela foi afectada pelo pior desastre natural da América do Sul. As chuvas intensas provocaram inundações e deslizamentos de terra que sepultaram populações inteiras. A catástrofe natural matou 50 mil pessoas, muitas delas portuguesas ou lusodescendentes, apesar de oficialmente os números apresentados serem muito mais baixos.
