João Paulo II lançou hoje um apelo à comunidade internacional para que manifeste “concreta e duradouramente o seu apoio às populações do Sahel”, fustigadas por uma crescente desertificação desta região subsaariana. O Papa recebeu na manhã de 17 de Junho os Bispos do Burkina Faso e do Niger, por ocasião da usa visita “ad limina”. O discurso papal colocou em evidência as “condições dramáticas” em que vivem os habitantes do Norte de África, afectados por uma “pobreza endémica que gera precariedade e desespero, causando a sensação de que estas pessoas foram lançadas para fora do cenário internacional”. A intervenção do Papa enquadra-se na celebração do Dia Mundial de Luta Contra a Desertificação e a Seca, que hoje é assinalado em todo o mundo. Com os Bispos presentes, o Papa recordou o centenário da evangelização no Burkina Faso para defender a prioridade da “inculturação das igrejas particulares como caminho para uma plena evangelização”. “Para caminhar nesta direcção – acrescentou – é preciso ajudar, sem demora, os leigos das Dioceses, para que tomem consciência do seu papel na Igreja. A pastoral sacramental, a liturgia, a formação bíblica e teológica, mas também as diversas expressões artísticas e musicais devem permitir que os cristãos descubram as riquezas da Fé”. As palavras finais de João Paulo II foram para a necessidade de um diálogo intenso com o Islão, de modo a cultivar uma colaboração genuína no “desenvolvimento solidário destes países”.