Bispos D. José Traquina e D. Américo Aguiar olham para o futuro destes territórios, no âmbito do aniversário de criação das dioceses

Setúbal, 05 jul 2025 (Ecclesia) – Os bispos de Santarém e Setúbal destacaram, em entrevista à Agência ECCLESIA, que a concretização de uma Igreja sinodal é uma das prioridades do caminho destas duas dioceses, que celebram este ano o seu 50.º aniversário de criação.
“Este momento é especial no sentido de pôr em prática aquilo que foi o sonho de uma Igreja sinodal e que o Papa Francisco tanto nos exortou com o Sínodo que promoveu, e estamos, neste momento, a projetar os próximos anos”, afirmou D. José Traquina, bispo de Santarém.
A Diocese de Santarém quer “uma Igreja sinodal”, assinala o responsável, e, nesse sentido, para o próximo ano aquilo que está em cima da mesa é “a implementação da maneira de estar como Igreja, da escuta das comunidades, dos movimentos, todos a contribuírem para que a diocese cumpra a sua missão”.
O bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, assinala que a diocese sadina quer passar “à fase de concretização” da sinodalidade, indicando que a reflexão sobre o tema já começa a cansar e que é tempo de avançar para a implementação.
“Como dizia o Papa Francisco, ele não queria que ficássemos especialistas em reflexão sobre o assunto, queria que ficássemos especialistas sobre a concretização da sinodalidade na vida real das comunidades”, referiu.
O cardeal dá conta que em Setúbal está a ser feito um esforço “hercúleo” para “constituir em todas as paróquias os conselhos paroquiais pastorais, que não existiam”.

“O mesmo digo em relação ao Conselho Pastoral Diocesano, porque, por exemplo, nós temos um desafio muito grande para os próximos 50 anos, que é o novo mapa da Diocese, o novo mapa das paróquias”, explicou.
O bispo diocesano destaca que este é um trabalho que “só pode acontecer com a participação direta de todos, todos, todos, mas através de órgãos de sinodalidade, como os conselhos pastorais”.
As Dioceses de Santarém e Setúbal comemoram em conjunto o jubileu de 50 anos de criação a 16 de julho de 2025.
“Temos o coração pleno de gratidão àqueles que construíram esta diocese após a sua criação por Paulo VI há 50 anos, quer a nossa, quer a de Santarém, e agora estamos a escutar os corações dos homens e das mulheres, dos cristãos, dos batizados, dos homens e mulheres de boa vontade, para programarmos aquilo que serão os próximos 50 anos”, disse D. Américo Aguiar.
“Estamos a tentar entender e sermos sensíveis aos sonhos de Deus para esta diocese de Setúbal”, acrescentou.
Também Santarém dá graças por aqueles que fizeram a história da diocese e que contribuíram para que esta fosse criada.
“Somos dos ramos mais novos desta árvore, que é a Igreja em Portugal, e, portanto, nesta gratidão por aquilo que outros fizeram, nós queremos assumir a nossa responsabilidade, dando graças a Deus por tudo o que aconteceu e está a acontecer, e também projetar as coisas, mas em sintonia, em comunhão, escutando”, salientou D. José Traquina.
A entrevista com os bispos de Santarém e Setúbal é exibida este domingo no programa 70×7 (17h21, RTP2), que foca ainda aspetos que se distinguiram neste meio século e que são centrais para a atualidade e para o futuro, em cada diocese. |
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