300 anos do pálio de Cidadelhe

Comemorados em Junho Os 300 anos do pálio de Cidadelhe, Pinhel, vão ser comemorados no dia 9 de Junho, adiantou ao Jornal A Guarda o presidente da Junta de Freguesia de Cidadelhe, Paulo Marques. Segundo o autarca, o programa está a ser preparado e deve contar com a presença do Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício, da Governadora Civil, Maria do Carmo Borges, e do presidente da Câmara de Pinhel, António Ruas, entre outros. O pálio de Cidadelhe, que é guardado “às sete chaves” pelos habitantes da aldeia, saiu à rua no domingo de Páscoa, na procissão que foi realizada no final da celebração da missa. Segundo o presidente da Junta de Freguesia, o pálio (cobertura em forma de rectângulo sob a qual vai o Santíssimo nas procissões religiosas) só voltará a ser utilizado e visto em público no dia 7 de Junho, quando a Igreja assinala o Dia do Corpo de Deus. A peça de veludo carmesin, bordada a ouro, prata e seda, datada de 1707 “tem um valor incalculável” para os cerca de 34 habitantes da freguesia, como referiu o autarca Paulo Marques. “O pálio que sai duas vezes por ano à rua está bem guardado. Nunca está no mesmo local, muda várias vezes de casa durante o ano, para nunca se saber onde se encontra, devido ao valor incalculável que tem”, referiu. “Mesmo na aldeia, são poucos aqueles que sabem onde se encontra”, assegura o autarca de Cidadelhe. Por sua vez, Felizberto Nunes, natural de Cidadelhe, contou que o pálio “é uma peça que a gente tem em grande estima, por isso, por razões de segurança é que ele não está no mesmo sítio e anda sempre a girar de casa em casa”. “É um orgulho muito grande para a freguesia”, refere, salientando que “antigamente o pálio era transportado pelos lavradores”. “Fala-se que tinha sido uma oferta dos lavradores e que cada um tinha a sua vara e nesses dias em que era transportado nas procissões, eram eles que o levavam. Hoje em dia, é qualquer um que lhe pega, porque a aldeia está de tal maneira desertificada que são precisas oito pessoas para lhe pegar e às vezes até há dificuldades em arranjar homens”, recordou Felizberto Nunes ao Jornal A Guarda. O pálio de Cidadelhe foi referido pelo Nobel da Literatura José Saramago, na sua obra intitulada “Viagens a Portugal”. Aliás, o escritor já se deslocou a Pinhel e a Cidadelhe onde foi homenageado, justamente, pela referência feita à peça que é o orgulho dos habitantes e naturais da freguesia.

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