Igreja faz dia de oração e jejum pelos missionários mártires
Esta Quarta-feira, 24 de Março, completam 30 anos sobre o dia em que D. Oscar Romero, Arcebispo de San Salvador, foi morto a tiro enquanto celebrava a Eucaristia na capela do hospital Divina Providência, na capital salvadorenha.
O Cardeal Roger Etchegaray, presidente emérito do Conselho Pontifício Justiça e Paz, no prefácio do livro “Oscar Romero: um Bispo entre a guerra-fria e a Revolução”, afirma que o Arcebispo salvadorenho “foi assassinado por denunciar a violência das partes envolvidas” na guerra civil que opôs o governo e a guerrilha.
“Foi morto numa sociedade que mergulhava confusamente na guerra civil, porque há muito se havia frustrado os anseios por justiça, e ambas as partes não viam outro caminho a tomar que não o das armas”, assinala.
D. Vincenzo Paglia, Bispo de Terni-Narni-Amelia (Itália), postulador da causa de beatificação, considera que “Dom Romero foi vítima da polarização política, que não deixava espaço para a sua caridade e pastoral”.
“Contrário à violência, tanto por parte do governo militar como da guerrilha, viveu, na condição de pastor, o drama do seu rebanho”, precisa.
A causa de beatificação de Oscar Arnulfo Romero, cujos restos mortais jazem na Catedral da capital salvadorenha, iniciou a sua fase diocesana em 1994, que foi concluída em 1996.
O processo foi então apresentado ao Vaticano, no mesmo ano, e em 1997 foi recebido por Roma o decreto por meio do qual a causa era oficialmente aceite como válida.
D. Oscar Arnulfo Romero nasceu em Ciudad Barrios, no dia 15 de Agosto de 1917. A 4 de Abril de 1942 foi ordenado sacerdote em Roma, sendo posteriormente pároco em diversas localidades de San Miguel. No dia 3 de Fevereiro de 1977 foi nomeado bispo da Arquidiocese de San Salvador.
Perante a violência que varria o seu país, começou a usar as homilias de Domingo para denunciar os massacres e defender os agricultores pobres e indefesos. Pelo seu apostolado em favor da Paz e dos direitos humanos foi nomeado para o Prémio Nobel da Paz em 1979.
No dia 24 de Março de 1980, enquanto celebrava Missa na capela do Hospital da Divina Providência, na capital de El Salvador, D. Oscar Romero foi assassinado com um tiro no coração. Um dia antes de ser assassinado, dirigia-se aos soldados na homilia dominical: “Em nome de Deus, em nome do povo sofredor, peço-vos, imploro-vos, ordeno-vos em nome de Deus: parai a repressão”.
O 24 de Março é celebrado na Itália como Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana.
Na foto: D. Oscar Romero e João Paulo II, na Praça de São Pedro
Redacção/Zenit