25 de Abril: «Reformas conciliares ajudaram a abrir horizontes de liberdade e fraternidade»

Novo bispo auxiliar de Braga rejeita ideia de que Igreja foi conivente com o Estado Novo

Évora, 25 abr 2014 (Ecclesia) – O novo bispo auxiliar de Braga, D. Francisco Senra Coelho, escreve em artigo de opinião no Semanário ECCLESIA sobre a importância que as reformas do Concílio Vaticano II tiveram em Portugal ajudando a “abrir horizontes de liberdade e fraternidade”.

“Sem dúvida que a implementação das reformas conciliares em Portugal e nas províncias ultramarinas, na segunda metade da década dos anos 60 e nos primeiros anos de 70, muito contribuíram para a perceção dos aspetos obsoletos e arcaicos do regime e ajudaram a abrir horizontes de liberdade e fraternidade”, defende D. Francisco Senra Coelho.

O prelado explica que apesar de ser importante “não ignorar a importância do contexto político e sociocultural em que se insere e vive a Igreja” é essencial perceber “a especificidade da vida eclesial”, que em Portugal, como em todo o mundo, “viveu intensamente a aplicação e o aprofundamento do Concílio Vaticano II”.

“A aplicação do Concílio em Portugal abriu janelas e portas aos ares frescos vindos da Europa Ocidental livre e democrática”, sublinha em artigo de opinião publicado no Semanário ECCLESIA.

O bispo auxiliar de Braga lamenta ainda “a crítica à Igreja Portuguesa, através da insinuação, ou mesmo acusação, que esta esteve sempre ligada ao regime do Estado Novo e que apoiava as suas ações no mínimo através da inércia das suas omissões e dos seus silêncios, tornando-se por isso cúmplice com a sua ideologia corporativista com acenos totalitaristas filogermânicos e filofascistas”.

Para desmistificar essa ideia pré-concebida D. Francisco Senra Coelho recorda o exemplo do bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, “que enfrentou Salazar, soube dizer-lhe com frontalidade e coragem o que pensava, sofrendo por isso o exílio político de 1959 a 1969, sendo que o seu regresso a Portugal só foi possível no contexto da dita ‘primavera marcelista’”.

MD

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Agência ECCLESIA

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