25 de Abril: Memorial à Vigília da Capela do Rato inaugurado em Lisboa

Lisboa, 27 mar 2024 (Ecclesia) – Uma escultura ‘Memorial à Vigília da Capela do Rato’ de Cristina Ataíde foi inaugurada, esta segunda-feira, no Jardim das Amoreiras, em Lisboa.

A escultura daquela artista plástica homenageia a vigília de protesto de um grupo de católicos progressistas que, no dia 30 e 31 de dezembro de 1972, se reuniram na Capela do Rato e assumindo assim uma posição contra a Guerra Colonial e a ditadura do Estado Novo.

Integrada nas comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril, esta escultura tem por base o percurso entre a Calçada Bento da Rocha Cabral, onde fica localizada a Capela do Rato, até ao Jardim das Amoreiras.

Nas palavras de Cristina Ataíde “a escultura tem um corpo central, constituído por dois muretes em mármore de Vila Viçosa que criam uma passagem estreita e afunilada e são dois muros fortes, mas já inclinados, simbolizando o poder repressor estabelecido, mas já em queda”, lê-se no site das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Os “êmbolos em aço inoxidável remetem para as forças populares que empurram esses poderes e os tentam afastar, empurrar, derrotar, criando a desejada liberdade” e que as palavras gravadas no mármore são também “palavras ditas durante a Vigília e que quer relembrar: PAZ, LIBERDADE, DIREITOS, MUDANÇA.”

Através do ‘Memorial Vigília da Capela do Rato’, o Município de Lisboa homenageia “o grupo de pessoas e anónimos” que participaram na vigília e deixa o legado da memória do acontecimento político que “também contribuiu para a implementação da democracia”.

A vigília da Capela do Rato teve lugar numa “conjuntura específica” em que se articulavam problemas “mais vastos”: as posições do Papa Paulo VI sobre a paz e a autodeterminação, a guerra colonial portuguesa, as oposições ao regime ditatorial e a crescente politização de setores católicos.

Na cerimónia estiveram presentes o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, a comissária executiva da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Maria Inácia Rezola, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, o presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Inácio Esperança, o presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, e a autora do memorial, Cristina Ataíde.

As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026.

Cada ano vai focar-se num tema prioritário, tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia.

LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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