2024: Presidente internacional da Ajuda à Igreja que Sofre manifesta «preocupação» com liberdade religiosa em diversos países

«A Terra Santa é uma grande preocupação neste momento», destacou Regina Lynch, identificando realidades na Ásia, em África e na América Latina

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 08 jan 2024 (Ecclesia) – A presidente executiva internacional da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) disse que “a Terra Santa é uma grande preocupação” da fundação pontifícia, que identificou prioridades em muitos países, de vários continentes, para apoiar “os cristãos perseguidos”.

“A Terra Santa é uma grande preocupação neste momento, devido ao terrível conflito que está a afetar muito os cristãos na Cisjordânia e também o pequeno rebanho em Gaza”, disse Regina Lynch, divulga o secretariado português da AIS, em informação enviada hoje à Agência ECCLESIA.

A presidente executiva internacional da Ajuda à Igreja que Sofre explica que têm “tentado ajudar” e existe a “grande preocupação” do conflito entre Israel e o grupo palestiniano Hamas alastrar-se ao Líbano, “que continua a ser o país do Médio Oriente com a maior concentração de cristãos”, acrescentando que a Síria e o Iraque continuam a ter “lugar de relevo” nas campanhas da AIS para apoio das comunidades cristãs locais.

“Na Síria não podemos falar propriamente de perseguição, mas estamos a entrar no 13º ano de guerra, há ainda muitos conflitos e o terramoto tornou a vida ainda mais difícil. Há sempre o perigo de a Síria deixar de ser notícia”, desenvolveu Regina Lynch, destacando que no Iraque “a situação melhorou, até certo ponto, para os cristãos após a visita do Papa Francisco”, em 2021.

Na Europa, no dia 24 de fevereiro, assinalam-se três anos de guerra na Ucrânia, após invasão das tropas russas ao país do leste da Europa, onde a AIS continua “a trabalhar com a Igreja Católica Grega e com a Igreja Católica Romana na Ucrânia, para ajudar sacerdotes e as religiosas e a trabalharem com os deslocados internos”.

A Ajuda à Igreja que Sofre, em 2023, apoiou cerca de seis mil projetos em todo o mundo, neste novo ano, a Ásia, África e a América Latina são continentes que preocupam a fundação e onde vai continuar a apoiar projetos.

“A Ásia é, de facto, um continente que nos preocupa. Há problemas em muitos países, como a China; é importante referir a Índia, embora a sua Constituição garanta a liberdade religiosa; há 12 estados com leis anticonversão que não seja o Hinduísmo”, exemplificou, sem esquecer Mianmar, a antiga Birmânia, com o “agravamento da violência e a situação humanitária”.

O Papa denunciou, esta manhã, o aumento da perseguição e da discriminação contra os cristãos, “sobretudo nos últimos dez anos”, como “fenómenos de lenta marginalização e exclusão da vida política e social e do exercício de certas profissões”, durante a audiência de apresentação de cumprimentos de Ano Novo, pelos membros do corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé, no Vaticano.

O secretariado português da AIS recorda que o ano de 2023 terminou com um “ataque brutal terrorista em mais de duas dezenas de aldeias cristãs” na região central da Nigéria, o balanço aponta para “cerca de 200 mortos e aproximadamente 300 feridos”, e mostra como os cristãos “continuam a ser a comunidade religiosa mais perseguida no mundo”.

“O continente africano é enorme e desde o norte ao sul que se têm vindo a registar incidentes mais ou menos graves e que afetam as comunidades cristãs”, acrescentou Regina Lynch, que destacou a situação na região do Sahel, no Níger, o Burquina Fasso, Mali, e a República Democrática do Congo.

Neste início de 2024, a presidente executiva internacional da Ajuda à Igreja que Sofre afirma que não podem “esquecer a América Latina, onde o ressentimento anti-Igreja se tem vindo a alastrar”, apesar do papel da Igreja na ajuda à sociedade “com a educação, os cuidados de saúde e a doutrina social da Igreja”, e estão particularmente preocupados com a Nicarágua.

CB/OC

Regina Lynch, 66 anos de idade, é presidente executiva internacional da fundação pontifícia, desde o dia 14 de junho de 2023, sucedendo no cargo a Thomas Heine-Geldern, mas trabalha na AIS desde 1980; primeiro como colaboradora na área de Projetos, e, desde 2008, como responsável desse departamento.

Ao longo dos anos, tornámo-nos uma voz mais forte para os Cristãos perseguidos ou em sofrimento em todo o mundo, alertando as consciências para a sua situação e apoiando-os com as nossas orações e a nossa ajuda material. Infelizmente ainda há muito a fazer, e a minha esperança para os próximos anos é que nos possamos tornar ainda mais fortes na execução desta missão e mais ligados aos nossos parceiros de projeto, especialmente em países onde a Igreja é perseguida ou sofre, através das muitas campanhas que fazemos, desde a sensibilização à defesa de causas”.

Regina Lynch destacou particularmente duas iniciativas da fundação, a ‘Red Week’ – Semana Vermelha -, em outubro, com monumentos, igrejas e outros edifícios, iluminados de vermelho, e ‘Um Milhão de Crianças Rezam o Terço’, no dia 18 de outubro.

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Agência ECCLESIA

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