2024: Bispo de Vila Real exorta a pensar em meios de promover a paz, «no mundo de hoje em que as formas de violência se multiplicam e as guerras persistem»

D. António Augusto Azevedo considera que «não é possível uma paz autêntica com a destruição do outro ou com a imposição do mais forte»

Agência Ecclesia/MC

Vila Real, 04 jan 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real assinalou, na missa do primeiro dia do ano que celebrou na Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a “necessidade de rezar pela paz e de pensar nos modos e nos meios de a promover”, “no mundo de hoje em que as formas de violência se multiplicam e as guerras persistem”.

“[A paz] é a grande bênção, porque congrega todos os dons, e na sua ausência todos eles ficam comprometidos. Com paz nos corações e nas famílias, com paz em cada sociedade e na convivência entre os povos, todos os bens podem ser alcançados”, defendeu D. António Augusto Azevedo, durante a homilia, adianta a diocese de Vila Real.

No mesmo dia em que se comemorava o Dia Mundial da Paz, o bispo diocesano afirmou que “o novo ano apresenta-se como determinante”, nas encruzilhadas em que se encontram o país e o mundo, evidenciando o “forte apelo a rezar pela paz”.

Quem deseja e pede a paz, concretamente para a Terra Santa, a Ucrânia e outros lugares, deve estar disponível para um caminho de conversão”.

De acordo com D. António Augusto Azevedo, “não é possível uma paz autêntica com a destruição do outro ou com a imposição do mais forte”, sendo verdadeira e duradoura apenas quando “é justa, quando é resultado de uma conversão à cultura do diálogo e do encontro”.

No que respeita a Portugal, o bispo de Vila Real destaca os “50 anos de uma revolução que abriu as portas da paz e da liberdade”, referindo que “importa não desistir de sonhar com um país mais justo, solidário e desenvolvido”.

“A construção de uma sociedade mais pacífica, justa e fraterna, desígnio de todo o cristão e dos homens ou mulheres de boa vontade, exige o compromisso de todos. Uma sociedade melhor, além de instituições mais prestigiadas, de uma justiça mais célere e credível, de imprensa independente e rigorosa, precisa de contar com servidores da causa pública com perfil de maior exigência ética e competência e com cidadãos mais inconformados e participativos”, afirmou.

D. António Augusto Azevedo interveio ainda sobre a mensagem papal para o Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebra anualmente, desde 1968, que teve este ano o tema “Inteligência Artificial e Paz”.

Embora considere que “é necessário reconhecer que a ciência e a sua aplicação em avanços tecnológicos contribuiu para resolver muitos problemas como por exemplo curar doenças e atenuar sofrimentos”, a verdade é que “as novas tecnologias da informação estão a mudar o modo como se comunica, o trabalho, o ensino, o consumo e tantos aspetos da vida social”.

Segundo o bispo, “quando o avanço tecnológico produz artefactos cada vez mais inteligentes e poderosos, como é exemplo aquilo que se designa como Inteligência Artificial, colocam-se novas questões como o problemas da desumanização, do controle das pessoas e sociedades, da manipulação da informação, dos gostos e das opiniões”.

D. António Augusto Azevedo lembra o uso destas tecnologias na guerra, com armas cada vez mais sofisticadas e letais, ponto que o Papa aludiu na mensagem.

“Em causa não está o avanço tecnológico, mas a exigência do seu uso ao serviço de um desenvolvimento integral da pessoa e da sua aplicação respeitando sempre os direitos fundamentais da pessoa”, alerta, dizendo ainda que “as sociedades e os Estados têm a urgente e grave responsabilidade de definir os princípios e traçar os limites para que estas tecnologias estejam ao serviço da paz, da fraternidade e de um futuro mais humano”.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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