Diretora nacional da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre lembra conflitos alimentados pela «utilização indevida da religião»
Lisboa, 31 dez 2015 (Ecclesia) – A diretora nacional da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) sublinha como prioridade para o novo ano o compromisso cristão a favor da paz e da justiça, da solidariedade e da esperança.
Num artigo de opinião publicado no Semanário ECCLESIA, a respeito do próximo Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2016), Catarina Martins recorda os “conflitos” que atormentam o mundo, muitos deles alimentados através da “utilização indevida da religião”, em países como “a Síria, o Iraque, o Paquistão, a Nigéria, o Sudão e a República Centro Africana.
Por trás estão “grupos que apenas usam a religião para suster os seus próprios fins, meramente por razões de poder e riqueza próprias” e no meio deste ciclo de “ódios, vinganças, perseguições, torturas e até mortes” estão as pessoas, por vezes famílias inteiras que são obrigadas a deixar os seus lares, os seus países, para salvar a vida.
“Os números falam por si”, aponta a responsável pela organização humanitária católica, lembrando os “mais de 60 milhões de refugiados” que existem atualmente “em todo o mundo, devido a conflitos, perseguições religiosas e motivos económicos”.
Muitos deles batem neste momento à porta da Europa, à espera de uma entrada que conduza até a um futuro diferente, mais risonho.
“Hoje mais do que nunca precisamos e procuramos a paz. Hoje, mais do que nunca, procuramos a esperança num mundo melhor, mais justo e mais seguro. E nós, cristãos, temos este dever de levar esperança, de levar paz e perdão onde há necessidade”, frisa Catarina Martins.
Para a diretora da Fundação AIS em Portugal, é neste contexto que o Jubileu da Misericórdia lançado pelo Papa Francisco “é tão significativo”.
“Este Jubileu é também um jubileu da esperança colocada no centro da nossa vida. A abertura desta Porta Santa é também a abertura da Porta da Esperança, da Porta da Confiança na Divina Misericórdia”, salienta.
Catarina Martins termina a sua reflexão reforçando o objetivo da AIS em continuar a “dar voz aos que não a têm, a dar a conhecer a situação que tantos cristãos vivem hoje”, em todo o mundo, “e apoiá-los através da oração e solidariedade“.
“Este desafio é para cada um de nós que quer ser e ter um papel activo no combate à indiferença e à construção da paz no mundo. Não podemos continuar a assistir do nosso “sofá” ao que se está a passar no mundo. Temos de ser activos. Temos de Acordar!”, conclui.
JCP